Self-service e o futuro da implementação de aplicativos corporativos

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A batalha com a TI corporativa pode ser uma freqüente frustração para funcionários que trabalham muito, e a produtividade é sempre a primeira vítima de políticas de segurança muito rígidas em casos de gestão centralizada. Os pedidos para a instalação de um software novo são atendidos com atrasos, à medida que um quadro de funcionários cada vez mais conscientes das possibilidades da TI exige as ferramentas mais modernas para executar tarefas da maneira mais eficiente e rápida possível.
Agora, imagine se a gestão de software na empresa inteira fosse tão simples quanto usar o iTunes ou uma TV paga. Aplicativos sujeitos a gestão centralizada podem ser 'transmitidos' para funcionários individuais sob demanda, que podem optar por 'consumir' o serviço solicitado por meio do seu desktop, laptop ou até mesmo utilizando um iPhone ou qualquer outro dispositivo móvel. Isso tudo é possível com a tecnologia para virtualização de desktops.
As equipes de TI, internas ou terceirizadas, sabiam (quase) tudo dos aplicativos corporativos. Mas hoje, o crescente uso corporativo de mensagens instantâneas e outros aplicativos baseados na web estão desmontando os muros de conformidade da TI, que não muito tempo atrás pareciam indestrutíveis. O crescimento do Facebook, Twitter e Gmail estão impulsionando a demanda entre funcionários pela flexibilidade de poder rapidamente acessar novos serviços. Enquanto isso, os gestores de TI podem até lutar contra essa mudança de paradigma, mas provavelmente irão perder.
Do ponto de vista dos funcionários, essa "consumerização" (transformação em produto de consumo) dos serviços de IT é semelhante à rica experiência de self-service que vivenciam em seu cotidiano na web. Nenhum treinamento demorado ou caro é necessário e os funcionários são capazes de selecionar as ferramentas que precisam para concluir suas tarefas com maior produtividade.
Em 2009, analistas da indústria mostraram que os departamentos de TI corporativos devem gastar mais de US$ 6 bilhões em sistemas projetados para o fluxo convencional baseado no sistema "push" para gestão de áreas de trabalho. Enfrentando cada vez mais pressão, as organizações de TI que não encontrem maneiras de adotar modelos self-service sob demanda, devem enfrentar cada vez mais dificuldades para sobreviver. Os departamentos corporativos também podem ser mensurados e 'cobrados' de acordo com seu uso, e os administradores da empresa podem reduzir desperdícios e justificar projetos e áreas de negócios em termos dos custos envolvidos.
Com um sistema sob demanda, o departamento de TI está livre do penoso trabalho cotidiano de gerenciar aplicativos de software em desktops individuais. Na maioria das empresas, os aplicativos, as áreas de trabalho e outros serviços são pré-estabelecidos pela TI e amarradas a imagens desktop que são "empurradas" para usuários de acordo com seu cargo, localização ou status.
Qualquer atualização dessas imagens corporativas e tradicionais é rara, a não ser as atualizações de manutenção e segurança. Se o funcionário quer acessar algo novo, ele espera a TI responder a uma chamada do Help Desk ou contorna a TI para buscar algo na web. Essa abordagem limita a produtividade do funcionário, apresenta novos riscos de segurança e também pode ser muito cara para ser mantida.
Neste ano, o Gartner, divulgou que considera essa "consumerização" dos serviços de IT a tendência mais influente no setor tecnológico na próxima década. Usuários assíduos de TI estão muitas vezes insatisfeitos com laptops da empresa, que incorporam regras e regulamentações impeditivas.
O smartphone, e especialmente o crescimento fenomenal do iPhone, é cada vez mais aceito como uma ferramenta de negócios ao lado do laptop e do netbook. Essas tecnologias estão no fogo cruzado de um conflito entre o hardware tradicional adquirido pela empresa e o desejo crescente de funcionários individuais de usar a tecnologia da sua preferência.
Além disso, a ênfase maior nesse modelo de software como item de consumo é possibilitado pelos avanços na tecnologia para virtualização de desktops, que está facilitando e garantindo a segurança no acesso a desktops e aplicativos em qualquer lugar que o funcionário esteja. Ao instalar um software chamado de hypervisor em cada dispositivo, os funcionários podem 'sintonizar' seu desktop corporativo onde quer que estejam. Esse desktop e seus aplicativos são hospedados e executados a partir de um data center seguro, e em caso de destruição, perda ou roubo do dispositivo, qualquer informação sensível (da empresa ou do governo) está segura.
Estimativas mostram que as despesas de aquisição de hardware e software para o desktop normalmente representam apenas 20-30% do custo total do dispositivo, os 70-80% restantes são custos gerados por manutenção constante de TI. A virtualização de desktops evita a necessidade de repetir numerosas tarefas manuais que são executadas para garantir que todos os desktops dentro da organização estejam atualizados com os últimos patches, atualizações e avanços. Já os funcionários irão constatar um melhor desempenho da máquina, pois o desktop virtualizado não falha ou se deteriora ao longo do tempo.
O mundo está migrando para um modelo de consumo e self-service, e os departamentos de TI estão numa encruzilhada. O abismo que foi criado entre os serviços para consumidores baseados na web e a informática corporativa tradicional é tão grande que não pode ser ignorado, principalmente em relação a experiência do usuário e ao custo de entrega. Os funcionários do futuro terão cada vez mais controle ao definir seu ambiente de trabalho, e a TI empresarial deve se adaptar para adotar uma abordagem mais centralizada no usuário e atender às suas expectativas, que são cada vez maiores. O self-service de TI e a virtualização de desktops podem, juntos, tornarem-se os pacificadores da TI corporativa.

* Jair Longo Jr. é diretor geral da Citrix Systems do Brasil

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