Na Coréia, TV móvel paga e gratuita convivem, mas há problemas

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A KTF, segunda maior operadora de telecomunicações da Coréia, com 12,5 milhões de assinantes, experimenta, em seu país, a convivência de dois modelos de TV móvel: a terrestre e por satélite.

A primeira, uma iniciativa do governo e radiodifusores, oferece conteúdo da TV aberta e é gratuita; a segunda, operada pelas teles móveis, tem a melhor cobertura e oferece conteúdos pagos, mas debate-se com a dificuldade de retransmitir conteúdo da TV aberta, que tem a maior demanda dos consumidores.

O DMB-S (por satélite) foi o primeiro a ser lançado, impulsionado pelo setor privado e pelas operadoras móveis que enfrentavam o problema de desenvolvimento lento desse mercado. ?Os serviços móveis chegaram a 80% de penetração, por isso as operadoras tiveram que buscar fontes extras de receita?, disse Young Sin An, diretor de desenvolvimento e estratégias da KTF.

O outro modelo, o DMB-T (terrestre), começou pouco depois, a partir de uma iniciativa do governo para o estabelecimento de padrões do serviço móvel e para desenvolver esse mercado com mais rapidez. O resultado, por ser um serviço gratuito, foi a adesão de 600 mil assinantes, enquanto o DMB-S, mais antigo, mas pago, parou nos 540 mil assinantes.

A TV móvel por satélite usa a freqüência de 2,5 GHz, enquanto o terrestre as faixas abertas de UHF, com velocidades maiores. Em janeiro de 2005, a Coréia resolveu seus problemas regulatórios com a nova tecnologia, licenciando 39 canais, sendo 12 de vídeo, 26 de áudio e 1 canal de dados. Em 2004 o Ministério das Comunicações já havia promulgado novas leis limitando os territórios dos radiodifusores e das operadoras nesse novo mercado, diz Sin An.

O DMB-S custa US$ 30 para instalação mais uma taxa mensal, enquanto o DMB-T é gratuito mas vive o paradoxo de arrecadar pouco em publicidade: US$ 100 mil mensais que não cobrem as necessidades do serviço. ?A meta, para que o serviço pague os investimentos na rede para ter cobertura seriam US$ 50 milhões por ano?, diz Sin An.

No DMB-S as teles recebem 25% de participação dos provedores de serviços, mais a receita complementar dos canais de dados e serviços interativos. A cobertura entre os dois sistemas também é bastante diferente: o DMB-T opera apenas na região metropolitana de Seul e deve extender-se até o final do ano para outras capitais. Já o DMB-S cobre todo o país.

A previsão da KTF é contar com 8 milhões de assinantes usando os serviços de TV móvel até 2010, com conteúdos diferenciados e fazendo uso de novas tecnologias de redes para transmissão de vídeo como o MediaFLO e o DVB-H, prevê Sin An.

Por conviver com dois serviços, existe uma disputa acirrada por assinantes e por conteúdo. As teles, segundo Sin An, não conseguem ter acesso às transmissões de TV aberta, regulada pelos radiodifusores, limitando o oferecimento de conteúdo. Um obstáculo adicional é a limitação na oferta de aparelhos. ?A Samsung desenvolveu um handset dual mode (para o sistema DMB-S e DMB-T) que foi recusado pelas operadoras por medo de perderem assinantes?, completa o executivo da KTF.

Empresas de telecomunicações e radiodifusores também travaram uma disputa no que diz respeito à distribuição dos sinais das redes abertas. "As pessoas querem ver o mesmo sinal da TV convencional, mas as emissoras não cedem seus sinais para o sistema pago", diz o executivo da KTF.

Young Sin An esteve em São Paulo a convite de TELETIME e TELAVIVA para para participar do 5º. Tela Viva Móvel, evento que terminou nesta quarta-feira.

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