Google é acusado de práticas fraudulentas na África

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O Google foi acusado pela start-up Mocality, do Quênia, de práticas fraudulentas para criação de um serviço similar ao seu no país. De acordo com a companhia, o gigante das buscas acessou sua base de dados em busca de informações para criar um catálogo concorrente. A Mocality é um projeto baseado em crowdfunding – modelo que permite que indivíduos ou empresas financiem seus projetos através de doações coletivas – para criação de uma guia de endereços e telefones de negócios locais.

O Quênia não possui nenhuma lista de consulta pública onde esses dados podem ser encontrados. A Mocality montou seu catálogo por meio de consulta popular, remunerando as pessoas que fornecessem os dados de empresas e os mesmos fossem validados. Há algumas semanas, a start-up passou a receber o contato de microempresários locais interessados em um serviço premium que a Mocality estaria oferecendo em parceria com o Google. Os executivos, entretanto, não haviam feito nenhum tipo de contato com o gigante das buscas e resolveram investigar.

"Quando começamos a procurar informações sobre o caso, pensamos que iríamos chegar a funcionários do Google mal-intencionados em busca de lucrar com um negócio próprio utilizando dados e a credibilidade da empresa", afirmou em nota o CEO da Mocality, Stef Magdalinski. "Não esperava encontrar uma tentativa sistemática, fraudulenta que há meses tentava derrubar nosso negócio", completou.

Em seus registros de sistema, a Mocality notou acessos repetidos de um IP a sua base de dados. Então, resolveu construir uma armadilha – quando o IP acessasse novamente os cadastros no banco de dados da empresa, os telefones exibidos no guia da Mocality seriam alterados para redirecionar a ligação automaticamente a um funcionário do call center da start-up preparado para registrar o contato. O funcionário fingiria ser um empresário com uma microempresa cadastrada na Mocality. Ao receber a ligação do IP suspeito, a pessoa do outro lado da linha pedia uma contribuição para entrar em um serviço premium, fruto de uma parceria entre o Google a Mocality. O pagamento daria direito a entrar em sites de negócios no Quênia.

Logo após esse episódio, o IP deixou de registrar acessos ao banco de dados da Mocality. Outro endereço de IP, contudo, passou a fazer o mesmo papel. Desta vez, o protocolo remetia ao endereço da sede do Google em Mountain View, na Califórnia, e era o mesmo utilizado para subsidiar ações da filial indiana do Google. De acordo com os membros da Mocality, era a prova que precisava para incriminar o Google ou alguém agindo em nome da companhia, com provável consentimento da empresa.

Assim, Magdalinski publicou a denúncia de que o Google não apenas acessou ilegalmente seu banco de dados, mas também pediu dinheiro à cerca de 30% de seus clientes para consolidação de um serviço concorrente. Procurado pela mídia internacional, o Google não se manifestou sobre o caso.

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