Brasil deve usar políticas adequadas para expandir uso de TICs, diz BID

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As ferramentas de tecnologia da informação e comunicações (TIC) são extremamente importantes para impulsionar o desenvolvimento econômico e social do Brasil, mas para que possam ser devidamente aproveitadas o governo precisa criar políticas adequadas para viabilizar o uso dessas ferramentas pela população. O alerta é do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que publicou estudo sobre o assunto.

Um dos fatores em que a tecnologia pode ser fundamental é no processo de inclusão financeira da sociedade, principalmente nos países da América Latina. Isso porque, cita o BID, apenas 35% das famílias na América Latina, em média, têm uma conta bancária – parcela bem inferior ao índice de países mais desenvolvidos, onde ela chega a 90%.

O uso de ferramentas de TIC é vista pelo BID como relevante para a expansão dos serviços bancários, que hoje é feita basicamente por meio da abertura de agências bancárias, o que é oneroso demais para o bancos. “As TICs podem reduzir drasticamente o custo de expansão dos serviços financeiros e disseminar as vantagens da inclusão financeira, especialmente entre os mais pobres”, aponta o estudo. O relatório do banco ressalta que a internet é um importante meio para tal disseminação dos serviços e bancarização, por meio do pagamento de contas e transferências de recursos via web. “A possibilidade de realizar operações bancárias por meio do telefone celular é outro caminho em expansão no mundo das finanças, o que pode contribuir para diminuir os índices de exclusão financeira ao oferecer serviços a grupos de baixa renda que hoje têm acesso à telefonia celular, mas não aos serviços bancários”, acrescenta o estudo.

O estudo do BID aponta que o uso de serviços financeiros eletrônicos na América Latina ainda está muito aquém dos países desenvolvidos. Para que esse mercado se desenvolva de maneira adequada, alguns desafios precisam ser vencidos. Entre eles, o relatório aponta o aumento da penetração do computador e da internet entre as famílias de baixa renda e em localidades distantes, principalmente as rurais. Além disso, menciona a nossa legislação, que impõe barreiras quanto à forma pela qual os serviços de mobile banking podem ser fornecidos. “Algumas das principais dificuldades estão em definir um modelo de negócio sustentável a partir do pagamento de pequenas somas, nas incertezas decorrentes do marco regulatório e na necessidade definir correspondentes não bancários confiáveis”, explica o BID.

Saúde e educação são outros setores que podem ter impacto positivo em razão da melhor utilização das ferramentas de TIC. O BID observa que, para tanto, os governos devem entender que as TICs não são um fim em si e a simples aquisição de  equipamentos e sistemas robustos com o objetivo de reduzir a exclusão digital é uma política equivocada. “É imprescindível haver políticas sensatas e adequadas à realidade de cada país. Os gestores de políticas públicas devem perceber o que é apenas um modismo, considerar a relação custo-benefício e, principalmente, os custos de oportunidade. O que é novo não é necessariamente o melhor”,  salientou a instituição.

Outro ponto importante apontado pelo BID é entender os diversos fatores que condicionam a eficácia das ferramentas de TIC, como a qualidade das instituições e do marco regulatório, a capacitação da população e a infraestrutura física. É necessário ainda, de acordo com o banco, que os governos definam metas em relação a uso e de não de acesso, porque o acesso à tecnologia, em si, não gera impacto, mas sim sua utilização correta. Outras iniciativas como fomentar a cooperação, explorar a parceria público-privada e incentivar projetos de larga escala para aumentar o retorno relativo do investimento são pontos que devem ser pensados pelos governos para ampliar o uso das TICs no desenvolvimento do país.

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