Apesar de vir se recuperando gradualmente desde que saiu da concordata em 2003, Global Crossing ainda não conseguiu superar totalmente o baque da derrocada da bolha da indústria de telecomunicações. Os resultados financeiros de 2005 mostram que, embora o faturamento total no ano passado de US$ 1,96 milhão tenha ficado acima da margem estimada de US$ 1,8 milhão a US$ 1,95 milhão, o Ebitda consolidado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) apresentou prejuízo de US$ 120 milhões. Excluindo a compensação em ações, o prejuízo ajustado foi de US$ 64 milhões.
Mesmo diante desse cenário, o fluxo de caixa foi melhor do que o esperado, fechando o ano com US$ 141 milhões, muito próximo da variação esperada de US$ 150 milhões a US$ 180 milhões. O caixa disponível da companhia, em 31 de dezembro de 2005, era de US$ 224 milhões. "Há um ano, fornecemos ao mercado as diretrizes de 2005 relacionadas ao faturamento, margem bruta ajustada, Ebitda e caixa. Estou muito satisfeito em dizer que cumprimos cada uma dessas diretrizes", disse John Legere, CEO da Global Crossing.
O segmento que atende empresas globais, clientes de colaboração e operadoras, obteve alguns contratos corporativos expressivos no setor governamental, como o do Conselho Britânico (British Council), no valor de US$ 100 milhões, e o da Forestry Commission, no valor de US$ 24 milhões, bem como acordos com multinacionais como ASG, Sun Microsystems, Panavision, Delta Air Lines e Sonus Networks.
A empresa continuou a se destacar em novas vendas, ao mesmo tempo em que aprimorou a experiência dos clientes deste importante grupo. Em 2005, a satisfação dos clientes corporativos alcançou altos índices, quando quatro de cada cinco clientes se sentiram ?muito satisfeitos?, de acordo com uma pesquisa independente financiada pela empresa.
A Global Crossing também obteve bons contratos no segmento de operadoras. Entre eles estão os fechados com a Loral Skynet, Vox Communications, Globetel e Americatel, entre outras. O grupo de operadoras continuou a se expandir em 2005, e alcançou um faturamento de US$ 777 milhões, maior do que o esperado nos negócios de voz no atacado, embora tenha apresentado um declínio planejado de 38% na comparação anual. As margens brutas ajustadas no segmento de voz no atacado foram de US$ 104 milhões no ano.
O dado animador é que a empresa conseguiu reduzir os custos operacionais (que incluem despesas com acesso, propriedade técnica, rede e operações, manutenção de terceiros e custos de vendas de equipamentos) foi de US$ 1,67 milhão em 2005, uma melhoria de 24% comparado aos US$ 2,2 milhões do ano anterior.