Microempresas brasileiras ainda resistem a usar a web para impulsionar negócios

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O número de microempresas informatizadas no Brasil se manteve estável em 2010, de acordo com pesquisa feita pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), órgão responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e uso da internet no Brasil. O levantamento, realizado entre setembro e novembro do ano passado, com mais de 1,5 mil empresas brasileiras que empregam até dez funcionários, atualiza o levantamento de 2007.

De acordo com o estudo, em 2007, 69% das microempresas brasileiras tinham computadores com acesso à internet, índice que também se manteve inalterado em 2010. Nos três anos de intervalo entre as duas pesquisas, observou-se um aumento do número de microempresas que possuem redes internas de computadores. Seguindo o comportamento das companhias com dez ou mais funcionários, há maior incidência de microempresas com rede local (LAN) com fio (de 59% para 66%), e sem fio (de 17% para 31%).

Em relação à conexão, houve uma diminuição de dez pontos percentuais no acesso por modem digital via acesso discado. O índice, que era de 14% em 2007, baixou para 4% em 2010. Por outro lado, a conexão por modem via cabo subiu de 14% para 28%. No entanto, a maior diferença foi verificada na conexão via celular (modem 3G). Entre 2007 e 2010, houve crescimento de quase dez pontos percentuais, passando de 1% para 10%.

Problemas com vírus foram citados por 48% das microempresas, o que demonstra que questões de segurança ainda estão presentes. Verifica-se também que a adoção de sistemas operacionais de código aberto (e gratuitos) ainda permanece com índices relativamente baixos, de apenas 13%.

Uso da internet

Em relação ao uso das tecnologias da informação e comunicações (TICs), a diferença entre micro e grandes empresas é bastante considerável. Empresas com dez ou mais funcionários apresentam um patamar de quase universalidade, com 97% delas utilizando computadores com acesso à internet, enquanto nas microempresas este índice é de 69%.

No caso das microempresas, a maioria dos entrevistados (64%) alega não necessitar da internet para seus negócios. E mesmo aquelas que declaram usá-la nas operações diárias, limitam-se a funções básicas, como envio de e-mail (97%) ou buscas on-line (88%). Atividades que exijam maior familiaridade com a internet, como usar serviços bancários on-line, oferecer serviços ao consumidor e o uso em treinamento, têm índices ainda relativamente baixos, principalmente quando comparados a empresas com mais de dez funcionários: 58% das microempresas utilizam serviços bancários, 51% fazem uso de mensagens instantâneas e apenas 40% oferecem serviços ao consumidor.

O estudo identificou ainda que 48% dos pequenos negócios restringem o acesso dos funcionários a páginas específicas, como sites de relacionamento (33%) e não permitem o uso de e-mail (27%). "O número pode parecer alto, mas em comparação com o comportamento observado entre as empresas com 10 ou mais funcionários, nas microempresas este patamar é menos elevado. Isso demonstra uma tendência de queda no nível de restrição de acordo com o porte da empresa", declara Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

Presença digital

A presença das microempresas na web também ainda é pequena: 73% delas não possuem website e 83% delas sequer figuram em canais on-line de parceiros ou terceiros. Aquelas que têm página na internet oferecem somente recursos básicos, como catálogos e listas de preços de produtos.

Outro indicador importante avaliado na consulta foi o uso que essas empresas fazem de sites governamentais. O índice, bastante significativo e similar ao que foi apresentado por empresas maiores, aponta que 71% das microempresas acessam páginas do governo. Entretanto, somente 7% das empresas com 1 a 9 funcionários adquirem bens ou serviços de organizações governamentais via Internet e apenas 37% fazem pagamentos pela rede a esses órgãos.

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