ONS adota hiperconvergência para operar Sistema Interligado Nacional

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Sistema de supervisão e controle utilizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) desde 2013, o REGER (Rede de Gerenciamento de Energia) passará a contar com uma plataforma hiperconvergente, viabilizada pelo Consórcio Siemens-Cepel, responsável pelo desenvolvimento e evolução do sistema.

O contrato para atualização tecnológica da plataforma do sistema, que deu início ao Ciclo 2 do REGER, foi assinado no final de abril pelo ONS, Cepel e Siemens. Neste tipo de solução, todos os recursos de hardware, sejam de processamento, armazenamento ou rede, passam a ser definidos por software.

O REGER pode ser constantemente atualizado para assegurar um ambiente seguro, flexível e adaptável às constantes mudanças do sistema elétrico brasileiro. A plataforma virtualizada dará suporte à expansão da capacidade do sistema e ao desenvolvimento de novas funcionalidades no REGER, que garantirão ainda mais eficiência e confiabilidade à operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) pelo ONS.

"A evolução do REGER para uma plataforma virtualizada está alinhada com o planejamento estratégico do ONS de implantação do novo ambiente da sala de controle, para enfrentar o exponencial aumento da complexidade da operação. Sua implementação permitirá a flexibilidade com a agilidade necessária para incorporação de novos recursos e funcionalidades no REGER, dadas as dificuldades prementes na operação do sistema elétrico", explica Diogo Cruz, coordenador técnico do projeto REGER pelo ONS.

A adoção de uma solução virtualizada também contribuirá para a redução de custos, aumento da disponibilidade e melhor gestão dos ativos computacionais. Para se ter uma ideia dos ganhos em eficiência no uso de recursos, os centros terão seus servidores reduzidos para, aproximadamente, um quarto do número atual, serão eliminados os hardwares dedicados a storage e simplificada a infraestrutura de rede. Apesar disso, ganharão em capacidade computacional e de armazenamento.

"As características de flexibilidade, escalabilidade e descentralização do SAGE, além do compromisso do Cepel com a constante evolução da sua solução EMS/SCADA, permitiram a aposta nesta tecnologia de ponta, que, atualmente, só é encontrada no suporte de poucas funcionalidades de sistemas de supervisão e controle. O seu uso sistematizado em um sistema complexo como o REGER provavelmente é único no mundo", assinala Ayru L. Oliveira Filho, gerente do projeto REGER pelo Cepel.

REGER

O REGER é uma rede de sistemas SCADA/EMS (Supervisory Control and Data Acquisition System/Energy Management System) que tem seu núcleo baseado no SAGE (Sistema Aberto de Gerenciamento de Energia), desenvolvido pelo Cepel, e no sistema para gerenciamento de dados off-line Spectrum PowerCC IMM, da Siemens. Com arquitetura e recursos inéditos, referência para outros projetos de sistemas de supervisão e controle no mundo desde sua concepção, o REGER é composto por um conjunto de sistemas de supervisão e controle integrados, geograficamente distribuídos e redundantes, sincronizados em tempo real e capazes de suportar todas as funções que integram a principal missão do ONS.

O REGER abrange o Centro Nacional de Operação do Sistema (CNOS) e os quatros Centros de Operação e Supervisão Regionais (COSR) do ONS, em Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis, disponibilizando uma plataforma única e sincronizada, que permite total comunicação e sincronização de dados em tempo real entre os centros de controle. Sendo assim, o REGER permite a continuidade do processo crítico de supervisão e controle, mesmo em caso de indisponibilidade ou falha, parcial ou total, em um dos centros componentes da rede. Somado a isso, a evolução dos aplicativos avançados de controle automático de geração e de análise de redes em tempo real do SAGE possibilita uma operação econômica e segura no dia-a-dia, e agiliza os processos de recomposição após distúrbios na rede elétrica.

Nova plataforma e migração

A definição de uma nova infraestrutura computacional para suportar o novo Ciclo do REGER já estava prevista originalmente no projeto. Para tanto, desde 2016, ONS, Cepel e Siemens vêm avaliando as mais modernas soluções em termos de arquitetura computacional. Em 2017, foi configurada uma plataforma para prova de conceito (POC), baseada nas soluções VMware de hiperconvergência, nas instalações do ONS no Rio de Janeiro. Sobre esta plataforma, foram realizados testes para garantir que os requisitos de desempenho e disponibilidade necessários à plena operação do REGER fossem atendidos. Os resultados das simulações e testes na plataforma POC permitiram a adequação e seleção das características adequadas de virtualização e a avaliação do dimensionamento do novo hardware, tendo indicado a viabilidade da solução para o sistema.

A partir deste segundo semestre, a nova plataforma será introduzida gradualmente nos quatro sistemas de supervisão do ONS, a começar pelo Rio de Janeiro. Todos os testes de desempenho, de disponibilidade e das diversas funcionalidades do REGER serão novamente executados em cada centro para assegurar os altos padrões de qualidade especificados desde sua concepção.

A migração para a nova plataforma será realizada de forma a garantir a continuidade da operação do sistema, cuidando para que sua segurança e desempenho não sejam alterados. Como o REGER é baseado em uma arquitetura distribuída e redundante, isso será possível com mínima interferência na operação diária do ONS.

Histórico de implantação

Concebido pelo ONS, em parceria com a consultora KEMA, como um sistema de supervisão e controle distribuído, com alto grau de redundância, aderente aos padrões mundiais de troca de dados, utilizando as melhores práticas de segurança cibernética e fortemente integrado com os demais sistemas e infraestrutura da empresa, o REGER foi desenvolvido pelo Consórcio formado pelo Cepel e Siemens, vencedor de uma licitação internacional promovida pelo ONS. O projeto teve início em junho de 2009, quando foi celebrado o contrato com o Consórcio Siemens-Cepel.

Os trabalhos para a operacionalização começaram pelo Centro Regional de Operação Sudeste, no Rio de Janeiro, e passaram pelos outros centros de operação do ONS – localizados em Brasília (Centro Nacional e Centro Regional Norte/Centro-Oeste), em Recife (Regional Nordeste) e Florianópolis (Regional Sul) até abranger todo o SIN, em 2013.

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