No ambiente de negócios de hoje, vejo que os dados se tornaram um ativo estratégico inestimável, e no setor de pagamentos, esse valor é amplificado pela necessidade crítica de segurança, precisão e inovação. A evolução da inteligência artificial (IA) no setor é notável, e sua capacidade de transformar operações é diretamente proporcional à qualidade e integridade dos dados que a alimentam.
Um relatório da McKinsey projeta que a IA gerativa pode adicionar até 4,4 trilhões de dólares ao valor econômico global, o que ressalta sua posição como uma nova fronteira na inteligência artificial. Essa forma de IA, que se concentra na criação e no aprimoramento de conteúdo, pode ser um fator de mudança para o setor de pagamentos, oferecendo hiperpersonalização e aprimorando a detecção de fraudes.
Conforme dados da Visa Consulting & Analytics, a maturidade dos dados corporativos, que em última instância dão sustentação à IA, segue uma trajetória que vai do reativo ao otimizado. Organizações que se encontram na extremidade otimizada dessa curva têm um Chief Data Officer (CDO) e processos bem definidos para a governança e qualidade dos dados, facilitando a tomada de decisões assertivas e a obtenção de insights mais precisos. Esta abordagem estruturada é a pedra angular para aproveitar ao máximo as aplicações da IA.
Nos últimos anos geramos mais dados do que em toda a nossa história, fenômeno este acelerado pela transformação digital e adoção da IA como parte fundamental da estratégia no ambiente de negócio. Essa imensa quantidade de informações apresenta tanto desafios quanto oportunidades. A governança eficaz desses dados não é apenas uma prática recomendada; é uma necessidade absoluta para que as empresas mantenham a competitividade e a relevância.
A qualidade dos dados é um elemento dinâmico que deve evoluir de uma reação a problemas para uma gestão proativa e, finalmente, para um estado de otimização, no qual os dados são continuamente monitorados e gerenciados. Isso não apenas suporta a IA em suas operações cotidianas, mas também habilita uma empresa para inovações disruptivas que podem redefinir o mercado.
As organizações que reconhecem dados como um ativo estratégico e investem em sua maturidade e governança são as que estarão na vanguarda, aproveitando a IA para oferecer serviços excepcionais aos clientes. O papel da IA no setor de pagamentos vai além da eficiência operacional; ele tem o potencial para enriquecer a experiência do cliente e proteger contra ameaças cada vez mais sofisticadas.
Nos últimos dez anos, a Visa investiu aproximadamente 3 bilhões de dólares em IA e infraestrutura de dados a fim de tornar a movimentação de fundos mais segura e inteligente e identificar e prevenir fraudes de forma proativa. Com o suporte robusto de machine learning, implementamos mais de 100 modelos ativos que são cruciais na prevenção de fraudes, protegendo cerca de 40 bilhões de dólares em transações em 2023. Além disso, no último ano, a Visa Ventures estabeleceu um fundo de 100 milhões de dólares dedicado a acelerar startups inovadoras com o objetivo é investir na próxima geração de empresas que estão desenvolvendo tecnologias e aplicativos com IA generativa que poderão mudar o futuro do comércio e dos pagamentos, reforçando nosso compromisso em impulsionar o avanço do mercado. Esses esforços sublinham nossa estratégia de desenvolver soluções especializadas que não apenas aprimoram nossas operações internas, mas também têm o potencial de transformar o ecossistema de pagamentos global.
À medida que avançamos, a sinergia entre os dados de alta qualidade e as capacidades avançadas da IA está se tornando cada vez mais um diferencial competitivo. Empresas que se posicionam na curva de maturidade dos dados na extremidade otimizada não estão apenas preparadas para enfrentar os desafios atuais, mas também estão pavimentando o caminho para um futuro mais inteligente e seguro no setor de pagamentos.
Valter Andrade, diretor da Visa Consulting & Analitycs.