Do Android as iniciativas do Banco Central: o avanço da segurança mobile

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Em 2023, o Anuário de Segurança Pública registrou mais de 937 mil roubos e furtos de celulares no Brasil. Além da perda material, esses crimes representam uma grave ameaça à segurança de dados pessoais e financeiros dos usuários.

Diante desse cenário alarmante, como conter os riscos e proteger cidadãos e empresas contra o roubo de aparelhos, clonagem, roubo de dados e golpes?

É nesse contexto que o Android –?sistema operacional do Google – se posiciona com destaque no mercado brasileiro ao investir em novas camadas de proteção para seus usuários com os lançamentos anunciados no segundo semestre de 2024 e que começaram a ser disponibilizados em aparelhos no mês de agosto.

Uma das principais funcionalidades, utiliza inteligência artificial para identificar movimentos bruscos associados à ocorrência – incluindo desde o movimento de tirar o aparelho da mão do usuário com força e velocidade repentina, até possíveis fugas – bloqueando de modo automático a tela e dificultando assim o acesso a dados sensíveis.

Além disso, outros recursos como o bloqueio remoto facilitado, bloqueio offline e bloqueio de tela automático em caso de desconexão por longos períodos visando a proteção das informações dos usuários estão entre os recursos disponíveis para smartphones com Android 10 instalado ou atualizações mais recentes do sistema operacional.

Essas novidades, desenvolvidas com base nas práticas mais comuns de roubo de celular, mostram o esforço das grandes empresas de tecnologia para aprimorar a segurança mobile. É válido acrescentar que as inovações foram implementadas pelo Google com foco específico na realidade do Brasil e da Inglaterra, países com alto índice de furtos de aparelhos – em São Paulo, por exemplo, um telefone celular é roubado a cada cinco minutos, índice semelhante ao de Londres (6 minutos), de acordo com pesquisas recentes.

Preocupação do Governo e do Banco Central

É importante frisar ainda que, dentre as iniciativas do Google, foi anunciada uma colaboração com o Governo Federal para que sejam desenvolvidos novos recursos que atendam as necessidades de proteção para os usuários brasileiros.

Dentro da esfera pública, o Banco Central do Brasil (BCB) é um dos órgãos que têm implementado medidas para ampliar a segurança mobile, especialmente nas transações realizadas via PIX.

Nesse sentido, o BC estabeleceu uma nova regra geral (aplicada a partir deste mês de novembro), estabelecendo que, para transações envolvendo chaves não cadastradas, haverá um limite por transferência de R$ 200,00 (e um teto diário de R$ 1.000,00).

Outro ponto crucial das medidas envolve a exigência de que instituições financeiras contem, obrigatoriamente, com uma solução de gerenciamento de risco de fraude que contemple as informações de segurança armazenadas no Banco Central e que seja capaz de identificar transações PIX atípicas ou não compatíveis com o perfil do cliente.

Essa preocupação dialoga com o número crescente de fraudes e golpes associados ao PIX que, em 2023, foi o principal meio de pagamento utilizado no Brasil, segundo dados da Febraban.

Inovações no ambiente corporativo e medidas importantes por parte dos usuários

Todo esse panorama, por fim, só reforça a importância de que empresas também invistam em soluções de segurança mobile.

Essa iniciativa é importante tanto no sentido de aumentar a proteção contra ataques e riscos cibernéticos no ambiente interno das organizações; quanto para preservar dados sensíveis no uso de dispositivos por equipes externas ou em home office.

Isso é possível, por exemplo, a partir de soluções MDM (Mobile Device Management ou Gestão de Dispositivos Móveis, em tradução livre) que também realizam o bloqueio remoto em casos de furto ou perda do aparelho, contando também com outros recursos inteligentes, como a limpeza (wipe) dos dados do aparelho caso o dispositivo não seja recuperado e a localização do dispositivo para auxiliar as autoridades.

Além disso, é fundamental que os usuários tomem medidas básicas em casos de furto ou roubo de celulares. O registro de um Boletim de Ocorrência (B.O.) é essencial para que as autoridades possam acompanhar o caso.

Por sua vez, o registro do B.O associado ao uso de uma solução de MDM potencializa a chance de recuperação de dispositivos pela polícia, graças aos diferentes recursos acima citados que contribuem com o trabalho das autoridades para a busca de aparelhos roubados.

O bloqueio do IMEI (Identidade Internacional de Equipamento Móvel) do celular, realizado junto à operadora de telefonia, é outra medida recomendada, pois impede o uso do aparelho para qualquer tipo de comunicação. No caso de transações bancárias, é fundamental notificar ainda a instituição financeira para que providências possam ser tomadas, incluindo o eventual estorno, o bloqueio preventivo da conta e a ativação de procedimentos de verificação adicionais.

Há ainda outras medidas importantes, como o bloqueio do chip; a desvinculação da conta Google do aparelho; a troca de senhas de apps, e-mails e redes sociais e o acesso à ferramenta Registrato do Banco Central para verificar se os dados não foram utilizados para abertura de contas ou empréstimos.

Em todo esse contexto,é válido reforçar finalmente que o avanço da tecnologia caminha a favor da segurança mobile, passo fundamental para a proteção de milhões de usuários em um país complexo e com tantos desafios como o Brasil.

Vinicius Boemeke, CEO e Co-founder da Pulsus.

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