Após negar ter feito uma proposta de compra à Oi, operadora de telefonia móvel da Telemar, Portugal Telecom voltou atrás e confirmou nesta sexta-feira (1/6), em documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o órgão o regulador do mercado de capitais português, que está em negociações para comprar participações de alguns acionistas da operadora. "Dentro do escopo das análises, em andamento, sobre opções estratégicas disponíveis em várias áreas geográficas em que operamos, o conselho de administração aprovou, em 28 de maio, a retomada de contatos com alguns acionistas da Oi para explorar oportunidades de investimento", diz o comunicado.
Na quarta-feira (30/5), o jornal português Diário Econômico publicou que o grupo português preparava uma oferta amigável pela Oi. A companhia, em seguida, emitiu comunicado dizendo que não tinha feito proposta para comprar ações de qualquer acionista da Telemar. No mesmo dia, em declaração à Agência Lusa, o presidente da Portugal Telecom, Henrique Granadeiro, havia demonstrado o interesse na Telemar. "Estamos disponíveis para um entendimento amigável sobre a Telemar que possa, inclusive, envolver uma troca de participações para a construção de um pilar luso-brasileiro", disse.
Analista avaliam que uma eventual compra da Telemar pela Portugal Telecom poderá obrigar a empresa portuguesa a abrir mão de 50% na Vivo. A Telefônica é uma das candidatas a levar essa fatia, já que possui os demais 50% na empresa. O presidente da Portugal Telecom, no entanto, disse nesta semana em Brasília que a teoria de que os espanhóis são os compradores naturais da Vivo está errada.
A confirmação de que está em negociações para comprar uma parte da Oi (antiga Telemar, listada na Bolsa de Valores de São Paulo como Tele Norte Leste Participações) movimentou a abertura dos papéis da companhia na Bovespa nesta sexta-feira. As ações preferenciais da Telemar (TNLP4) dispararam, alcançando mais de 3% nas primeiras transações. Às 12h12, no entanto, reduziam o ganho no dia para 1,32%, a R$ 36,98 – acima dos R$ 35,09 da oferta pública de compra de ações (OPA). As ações ordinárias (ON) também subiram (2,5%), atingindo R$ 74,26.