O uso criativo da inteligência artificial na educação

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A evasão escolar é um problema persistente no Brasil. Atualmente, são mais de 9 milhões de jovens brasileiros que estão fora da escola e a evasão se estende também aos professores, afastados pela baixa remuneração e falta de incentivo à carreira. Até 2040, o Brasil pode enfrentar um apagão de professores na educação básica, com um déficit de 235 mil docentes nas escolas do país, segundo dados do Inep.

Ao mesmo tempo, vemos uma busca incessante por qualificação no mercado de trabalho, com um crescimento explosivo da economia digital que demanda profissionais preparados para as novas tecnologias e habilidades atualizadas.

Esse paradoxo coloca, de um lado, o déficit na educação tradicional, e de outro, a lacuna de profissionais qualificados para o mercado de trabalho. Essa difícil equação demanda uma forma inovadora de resolver o problema que utlize a criatividade humana combinada com o uso das novas tecnologias. Neste cenário, a Inteligência Artificial (IA) surge como uma força disruptiva para impulsionar a transformação educacional.

São inúmeras as possibilidades da IA na educação, entre elas a automatização de tarefas repetitivas, a análise de dados, capaz de identificar padrões de aprendizagem e ajustar as estratégias pedagógicas; e o uso de ferramentas de personalização, que permite criar planos de ensino individuais, adaptando o ritmo às necessidades de cada aluno.

A IA é uma ferramenta poderosa, mas, como toda tecnologia, também traz riscos, como os vieses preconceituosos do algoritmo, o uso excessivo das telas influenciado negativamente a saúde mental das pessoas ou as desigualdades sociais que se refletem no aprendizado digital.

Por isso, mais do que nunca, será preciso também aprender habilidades como autoconhecimento, ética, projeto de vida e crescimento pessoal. Em um mundo Bani (Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível, na sigla em português), onde não dá para fazer previsões certeiras, também será preciso exercitar a empatia, a colaboração e a capacidade de se reinventar.

Para se preparar para os desafios da educação contemporânea é fundamental  estar aberto para aprender e explorar ferramentas de IA como uma forma de criar experiências eficientes para alunos e professores. Como diz o ditado, é caminhando, que se faz o caminho. E o uso criativo da IA pode ser a rota de uma educação inovadora que ajude a criar profissionais mais curiosos, preparados e interessados.

Marcelo Pimenta, professor de criatividade e inovação nos principais cursos de pós-graduação do país incluindo a ESPM/SP, Esalq/USP entre outros centros de ensino. Foi o criador do Laboratório de Startups da ESPM e também do 1o curso brasileiro sobre Inteligência Artificial aplicada ao Design Thinking. Tem 30 anos de experiência em gestão de projetos e produção de conteúdo para as mais diferentes plataformas. É autor do recém lançado livro "Economia da Paixão – Como viver mais e melhor fazendo o que ama".

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