Se a cabeça está nas nuvens, mantenha os pés no chão!

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Não é nenhum segredo que a nuvem mudou o jogo corporativo, trazendo escalabilidade, flexibilidade e mobilidade aos ambientes tecnológicos. A nuvem pública tem cerca de 15 anos e assim, como a cloud cresceu e se expandiu, ela se subdividiu em várias: pública, privada, híbrida e multicloud. Para cada modalidade, uma vantagem e uma renúncia. Nesse sentido é preciso olhar para sua corporação e ver qual modalidade e, às vezes, um conjunto delas, se adequa melhor ao seu ambiente e atende às suas demandas de negócios.

Uma grande necessidade de negócios atualmente é encontrar formas de armazenar dados de forma mais eficiente. Neste caso, a nuvem pública é indicada para atingir este objetivo e alcançar um grau mais elevado de inovação e transformação digital que muitas organizações procuram. Para essa escolha, a renúncia é a gestão do ambiente e controle dos gastos, assim como a possibilidade de ter gastos inesperados.

De acordo com a pesquisa ECI (Enterprise Cloud Index) feita pela Vanson Bourne, foi constatado que a maioria das organizações (99%) migrou uma ou mais aplicações para uma infraestrutura de TI diferente no ano passado, e a grande parcela (86%) concorda que migrar aplicações é complexo e caro. Assim, 56% planejam concentrar-se em obter mais visibilidade sobre o consumo e os custos da nuvem este ano, enquanto 52% planejam aproveitar soluções que minimizem o desperdício na nuvem.

Estamos vendo uma tendência crescente, principalmente nas corporações de grande porte, de possuir vários data centers e provedores de nuvem pública. Muitos também estão usando instalações de co-location diferentes e vários locais de edge. Dessa forma, estamos observando que as empresas estão tendo um novo olhar para fatores como custo, portabilidade e segurança – isso porque os seus dados já não estão todos trancados numa sala.

As organizações devem planejar cuidadosamente sua estratégia de nuvem para evitar ficarem atoladas na complexidade da gestão, seja da própria infraestrutura, das aplicações, ou mesmo dos custos.

Boa parte das empresas, segundo o estudo ECI, não usa um único ambiente. As organizações estão adotando uma infraestrutura que inclui alguma combinação de recursos locais e de nuvem pública. Um dos desafios decorrentes dessa realidade são as despesas adicionais e a complexidade associada à mobilidade e à proteção de dados. Em relação à segurança, vimos que movimentar os dados para que estejam disponíveis onde e quando forem necessários, mantendo-os simultaneamente protegidos, requer planejamento e desenho do orçamento cuidadosos. Em outras palavras, os dados têm gravidade e, a menos que a movimentação e a orquestração dos dados sejam bem planejadas, o dado pode ser perdido quando o local principal de um conjunto de dados não estiver disponível.

Mesmo as empresas que nasceram na nuvem têm um trabalho difícil pela frente. O gerenciamento de diferentes ambientes de nuvem pode ser aparentemente simples para uma organização nativa da nuvem, mas se em algum momento seus dados precisarem ser realocados para resolver problemas de conformidade, soberania de dados ou orçamento, isso poderá resultar em custos crescentes se não for feito de maneira adequada.

Com esse cenário, coloco aqui quatro dicas para que os gestores de TI possam refletir sobre o tema e ter pouco mais de eficiência no ambiente de nuvem:

  1. Tenha a cabeça nas nuvens, mas os pés no chão

Para colher os benefícios da nuvem, as organizações precisam ajustar suas expectativas e planejar de forma realista. Há uma falsa percepção de que as empresas podem executar uma aplicação na AWS pela manhã, no Azure à tarde e no Google Cloud Platform à noite. Na verdade, a multicloud é uma estratégia de médio a longo prazo que ocorre ao longo de meses ou anos. Construir um modelo operacional de nuvem permite que as organizações se beneficiem da flexibilidade de aproveitar múltiplas nuvens, evitando ao mesmo tempo o custo e a complexidade associados à tentativa de fazer muitas coisas com muita rapidez. Quando existem expectativas adequadas, a multicloud híbrida é alcançável, acessível e, sem dúvida, benéfica.

  1. Aprenda com o dinheiro dos outros, tanto quanto possível

Existem diversas práticas recomendadas que as organizações devem seguir ao iniciarem sua jornada de multicloud híbrida. Isso inclui coisas como garantir que os principais recursos das aplicações tenham wrappers (pacotes/embrulhos) de API e conteinerização de aplicações. Isso para que sejam portáteis e consigam automatizar implantações de aplicações por meio de pipelines de CI/CD a fim de evitar erros manuais e reduzir custos.

Por ter mais de uma década, o design para a nuvem pública agora é bastante compreendido em todo o setor. Ainda assim, as empresas precisam estar atentas à forma como aproveitam a nuvem pública para determinadas aplicações ou cargas de trabalho. Por exemplo, modernizar um portfólio de aplicações legadas pode parecer uma boa ideia em teoria, mas na realidade tem um custo proibitivo e não proporcionará ROI – o lift and shift (migração de aplicações e dados associados para a nuvem com o mínimo ou nenhuma alteração) é uma opção muito melhor para aplicações legadas.

  1. Padronize, automatize e seja paranoico

Os ambientes de nuvem pública são fundamentalmente diferentes da infraestrutura local tradicional, por isso as organizações precisam pensar neles de forma diferente, especialmente no que diz respeito à segurança. Embora um exterior fortificado com liberdade interna irrestrita possa ser um modelo viável para instalações locais, o mesmo modelo pode significar desastre se não houver muito cuidado e planejamento em relação à segurança.

  1. Crie opções desde o primeiro dia

A nuvem pública é de longe o melhor lugar para começar a inovação. No entanto, à medida que as empresas experimentam a nuvem pública e um portfólio menor de aplicações ganha força, as empresas precisam se ajustar à realidade de que – para a grande maioria das aplicações – a nuvem pública será sempre mais cara do que executá-las no local (ou talvez até outra nuvem).

Para evitar o aprisionamento, as empresas devem criar a opção de migrar a sua computação quando necessário, bem como o mecanismo para mover os seus dados para fora das nuvens públicas, quando necessário. As organizações que possuem experts em engenharia de nuvem podem fazer isso por conta própria, mas a grande maioria, exigirá uma plataforma subjacente que seja explicitamente projetada para mobilidade de dados e computação.

As vantagens de uma plataforma para executar todas as cargas de trabalho em nuvens, no local e no Egde (borda) são inegáveis: desde maior flexibilidade até desempenho otimizado, conformidade, agilidade e muito mais.

Acredito que as dicas que mencionei possam contribuir – mesmo que minimamente – para que as organizações consigam reduzir os desafios multicloud relacionados à complexidade e à chance de ter custos inesperados – e, dessa forma, alcancem a inovação.

Leandro Lopes, diretor de Engenharia para América Latina da Nutanix.

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