Fusão entre Intelsat e PanAmSat surpreende mercado

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A entre Intelsat e PanAmSat pode mudar o cenário de satélites, principalmente no Brasil. O setor, que foi surpreendido com esse movimento porque as empresas eram consideradas rivais históricas, agora aguarda a conclusão do processo junto aos órgãos reguladores e outros possíveis desdobramentos dos competidores.

Não apenas a agência reguladora dos EUA (FCC), mas também as autoridades antitruste daquele país, analisarão o processo. O mesmo deverá ocorrer em diversos países onde as duas empresas estão presentes, inclusive no Brasil, pela Anatel e o Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade). Mas, por enquanto, não houve nenhuma iniciativa por aqui neste sentido, segundo o diretor geral da Intelsat para o Brasil, Manoel Almeida, e o gerente regional de vendas da PanAmSat, Rodrigo Campos, que participaram nesta quarta, 31, do Seminário Satélites 2005, promovido pelas revistas TELETIME e TELA VIVA, em São Paulo.

Ainda não se sabe exatamente em quantos dos cerca de 200 países onde as empresas têm clientes haverá necessidade de autorização dos órgãos reguladores locais. Mas se em algum lugar ficar entendido que se caracterizará concentração de mercado, poderá ser determinado que os satélites daquela área sejam vendidos para terceiros. Como poucos países têm legislação específica sobre o assunto, inicialmente a atuação de tais órgãos fora dos EUA deverá se restringir ao Brasil, Argentina, México e possivelmente na Europa.

Conteúdo de vídeo

Para o diretor sênior de vendas da New Skies Satellites (NSS), Jurandir Pitsch, haverá uma concentração importante de conteúdo de vídeo na região. Almeida, da Intelsat, discorda e pretende mostrar ao Cade que não há risco de concentração de mercado. De qualquer modo, durante os cerca de 12 meses que durará o processo de fusão, as duas empresas atuarão de forma independente. Mas já se sabe que a PanAmSat assumirá o nome da Intelsat.

A incorporação no Brasil não será problemática. Campos é o único funcionário local da empresa e ainda responde pelas vendas na Argentina e Paraguai. E a Intelsat, por sua vez, conta com apenas três funcionários, incluindo Almeida. Com estruturas extremamente enxutas, as companhias contam com o respaldo das respectivas administrações para a região: a da Intelsat fica baseada em Washington e a da PanAmSat em Miami. Juntas, as companhias contarão com 53 satélites que fazem a cobertura não só do Brasil mas também das Américas e até Europa.

Do faturamento total de US$ 1 bilhão/ano da Intelsat, o Brasil responde por cerca de US$ 15 milhões a US$ 20 milhões/ano. A PanAmSat, por sua vez, tem receita mundial de US$ 850 milhões, dos quais 20% obtidos na América Latina – Brasil e México são os principais mercados.

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