Com o objetivo de aumentar o nível de conhecimento em educação empreendedora, a WorkLover, plataforma de educação e impacto social conseguiu um feito: oferecer subsídio técnico e capacitação em empreendedorismo como condição para liberação de microcrédito ao micro e pequeno empreendedor.
O projeto, já divulgado no Diário Oficial, é fruto da parceria de doação de conhecimento entre a edtech e o Banco do Povo, programa de fomento desenvolvido pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Nesta primeira fase, o programa beneficiará 200 microempreendedores que tiveram crédito rejeitado nos últimos 12 meses, e que tenham negócios entre seis e dois anos de existência.
Prevê mentorias para acompanhamento, capacitação e aplicação gratuita do Método P® – metodologia inovadora para construção de negócios sólidos, desenvolvido pela educadora em empreendedorismo, Paula Esteves, fundadora e CEO da Worklover. "Faremos uma análise minuciosa e individual do plano de negócios de cada microempreendedor, entendendo as dores de cada modelo. Ele literalmente será conduzido pela mão para retomar a rota certa. A ideia central do programa é ajudá-lo a utilizar o dinheiro para aumentar a lucratividade de forma consciente e assistida, e não desordenadamente", diz Paula.
Segundo a especialista, é muito comum o microempreendedor pegar um montante que teria que deixar na conta, como capital de giro, e utilize de forma errada em gastos pessoais, por exemplo. "Só na cidade de SP, mais de 76% das empresas quebram antes do primeiro ano. Isso precisa ser revisto e não encarado como algo normal. As pessoas que resolvem empreender sejam por necessidade ou oportunidade, precisam estudar sobre empreendedorismo".
O programa visa reduzir em 15% a taxa de inadimplência no pagamento da primeira parcela do crédito concedido, aumentar em 10% o faturamento médio, além de diminuir a taxa de mortalidade que ainda é alta no Brasil.
A WorkLover está investindo quase meio milhão no projeto e conta com parceiros de peso nessa jornada, como Besouro e Coursera. "Criamos uma base de seleção, com critérios previamente estipulados e alinhados, cuja aferição dos resultados será de responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas".
O programa
A previsão é que o Banco do Povo libere mais de R$ 4 milhões em microcrédito para cada parceiro do projeto (cada um atenderá 200 pessoas). Limitado a R$ 21 mil e com taxa acessível que varia entre 0,35% a 0,55% ao mês, o programa disponibilizará ainda mentorias com prestação de contas mensais, demonstrando a evolução de cada empreendedor.
Os selecionados terão a possibilidade de aprender sobre gestão, construindo dados da própria empresa. "Serão duas semanas de conteúdo intenso e, na terceira semana, faremos o plano de negócios construido com a Inteligência Artificial da Plataforma WorkLover, além de mentoria individual para validação do plano e ajustes, caso necessário. O plano determinará qual o valor de empréstimo", explica Paula.
Até o final de 2024, a ideia é atingir 20 mil pessoas e ofertar R$ 400 milhões em microcrédito só no Estado de SP. "O grande diferencial além da condição posta "educação antes do crédito", é que, normalmente, leva-se três meses para aprovação e liberação do crédito. Com a parceria, o recurso sairá em apenas uma semana", garante Paula.