Até o fim desta década, a maioria dos resultados de diagnósticos médicos será por meio de sistemas de desenho assistido por computador (CAD), confirmando a preponderância do uso da tecnologia da informação no atendimento a pacientes. A afirmação é de Volker G. Wetekam, PhD e vice-presidente da divisão de TI da Agfa HealthCare, em palestra realizada na manhã dessa sexta-feira, 1º, em São Paulo, para um grupo de parceiros da empresa.
Segundo ele, o investimento em 2003 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e do governo norte-americano da ordem de US$ 6 bilhões no sequenciamento do DNA humano permitiu que em 2009 um teste de DNA fosse reduzido para US$ 20 mil. E há duas semanas, entrou em operação comercial o 23 and me (www.23andme.com), empresa fundada pela esposa de um dos fundadores do Google, que oferece o teste de DNA por apenas US$ 429.
Wetekam usou esse exemplo para explicar que de agora em diante o diagnóstico e a terapia serão personalizados, "o que irá mudar drasticamente a medicina". Com a junção das empresas farmacêuticas dedicadas à Ciência da Vida (Life Science), esse novo mercado só passou a ser possível com o uso de tecnologia da informação.
A Agfa HealtCare, mais conhecida no Brasil pela atuação no mercado de soluções de diagnósticos por imagem, está investindo no desenvolvimento de soluções de Healthcare Information Systems (HIS), indo ao encontro da tendência apontada pelo executivo.
A empresa tem em seu portfólio o sistema de comunicação e arquivamento de imagem (PACS) e o Impax Datacenter, uma infraestrutura dedicada para acesso e distribuição de imagens de diagnóstico, adotada recentemente pela Central de Laudos, da Secretaria da Saúde de São Paulo.(veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
Questionado se o sistema não poderia ser hospedado nas nuvens (cloud computing), Wetekam explicou que nos 50 países onde opera os hospitais não receberam autorização para hospedar os dados dos pacientes fora do local onde atuam. "Cinco hospitais na Europa tentam compartilhar infraestrutrura para reduzir custos, mas não foram autorizados pelas autoridades." Portanto, ele descartou o uso de hospedagem nas nuvens para armazenar informações sobre pacientes.
Ele também descartou o uso de tablet PCs (iPad) para avaliação de diagnósticos. "Creio que para atendimento ao paciente, apresentar uma imagem 3D no tablet será mais facilmente compreendido. As pessoas têm muita dificuldade para entender uma imagem 2D, mas para alta resolução ele não é adequado. E preciso monitorar com mais qualidade."
Wetekan diz que hoje a Agfa tem 700 profissionais desenvolvendo soluções de TI para saúde, em projetos como digitalização de imagens, Hospital Information System (HIS), em genética, cardiologia, radioterapia e soluções enterprise, com muitos requisitos de complexidade de software.
"Tentamos uma experiência de pesquisa baseado em crowdsourcing junto com a Johnson & Johnson, que exigia a análise de informações de banco de dados de 900 clínicas européias, 15 a 20 mil pacientes, com garantia total de sigilo. Para isso oferecemos upgrade de nossas soluções, extensão de suporte, etc. Mas apenas 2% delas aceitaram a cooperação", conta Wetekam.
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