Distância maior e performance pior: receita para o desastre

0

Este mês, o Gartner publicou um estudo informando que os gastos dos usuários finais com TI no Brasil deverão ultrapassar os US$ 100 bilhões este ano. Isso equivale a 9,6% do PIB, o que representa mais que o dobro do investido na Rússia no mesmo período, e 33% a mais do que na Índia, para citar um dos países que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). O relatório aponta um aumento na demanda por provedores de serviços externos, com soluções relacionadas a computação em nuvem e virtualização. No entanto, essa tendência poderá enfrentar uma série de barreiras em todo o mundo, já que é cada vez maior a distância entre o usuário e os dados que ele precisa. Por outro lado, a performance da rede só tem piorado.
Tanto nuvens públicas quanto privadas oferecem dificuldades para o fornecimento de serviços pela internet. A distância gera maior latência e provoca um acesso mais lento às aplicações, e os canais para tráfego de dados ficam reduzidos à medida que milhares de empresas e milhões de usuários dependem da rede. Assim, a largura de banda se torna altamente variável. O resultado pode ser uma rede de longa distância (WAN – Wide Area Network) até 20 vezes mais lenta.
Esse cenário vai exigir das grandes empresas uma preocupação com a velocidade da comunicação entre data centers, usuários remotos e escritórios espalhados pelo mundo ou pelos estados brasileiros. É por isso que, desde já, muitos executivos estão optando pela criação de sua própria rede WAN como uma forma de contornar os problemas típicos de uma rede geograficamente distribuída. Mesmo a promessa da computação em nuvem por meio de uma rede pública pode ser alcançada através da incorporação de softwares capazes de transformar uma WAN numa LAN (Local Area Network).
Diante dessas perspectivas, alguns segmentos do mercado têm se destacado na busca por soluções inovadoras. A indústria farmacêutica, por exemplo, cuja média de colaboradores ultrapassa os 10 mil, tem uma alta demanda pelo compartilhamento de documentos e correspondências. O governo é outro segmento aquecido, também com mais de 10 mil funcionários em média. Empresas do setor financeiro, que facilmente possuem mais de 3 mil funcionários, constituem um terceiro segmento com demanda por um tráfego elevado de documentos e compartilhamento de e-mails.
Um desafio à parte é o backup por longas distâncias, geralmente lento e não confiável. Tipicamente, essa configuração requer storage adicional para acompanhar o crescimento do armazenamento inicial. Para evitar os gastos decorrentes desse modelo, deverão surgir no mercado, ainda este ano, soluções de otimização de backup para ambiente em nuvens.
Esses aspectos tendem a se agravar conforme as empresas compreendam os benefícios de serviços escalonáveis e flexíveis de TI capazes de oferecer aplicações sobre tecnologias de internet. Mas é preciso que os executivos também conheçam os potenciais riscos desses modelos e as soluções já oferecidas para contornar a indisponibilidade de banda e garantir a segurança dos dados trafegados.
* Leonel Oliveira é gerente regional para o Brasil da Riverbed Technology.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.