A Oi investirá R$ 1 bilhão na construção de sua rede de quarta geração (4G) até 2015, informou o presidente da operadora, Francisco Valim. Fontes do mercado ouvidas por este noticiário avaliam que o montante é suficiente para atender às metas de cobertura exigidas pela Anatel, mas não muito mais que isso. Os fornecedores da rede ainda não foram escolhidos. Estão no páreo: Alcatel-Lucent, Ericsson, Huawei, Nokia Siemens Networks, Samsung e ZTE. Os projetos apresentados envolvem tanto a rede de acesso quanto o core, e sem recorte geográfico por enquanto. A previsão é de que novas reuniões comecem esta semana, com pedidos da Oi por projetos para determinados estados. A expectativa de Valim é definir os nomes em outubro.
Apesar de ainda não ter escolhido os seus fornecedores, a empresa montou no Rio de Janeiro uma rede de testes com 5 antenas fornecidas pela Alcatel-Lucent que cobrem o bairro do Leblon e adjacências. A rede 4G em funcionamento foi demonstrada nesta segunda-feira, 1, para jornalistas e para o presidente da Anatel, João Rezende. Uma vídeo-chamada foi realizada entre Valim e um funcionário da Oi que estava na praia do Leblon, do lado de fora do hotel onde aconteceu a coletiva de imprensa.
Pelo cronograma da Oi, a rede 4G entrará em soft launch em dezembro em mais três cidades, além do Rio: Belo Horizonte, Brasília e São Paulo. O lançamento comercial acontecerá em abril do ano que vem nessas quatro cidades e mais Recife, Fortaleza e Salvador.
A venda de planos 4G, segundo Valim, começará tão logo a Oi assine o termo de autorização de exploração do serviço, previsto para ocorrer no dia 16 de outubro. Obviamente, essa comercialização inicialmente ficará restrita aos locais com cobertura nessa fase de soft launch. "Vocês não verão anúncios na grande mídia nesse primeiro momento", ressaltou. A Oi pretende incluir o 4G em seus pacotes de outros produtos, como telefonia fixa, banda larga e TV por assinatura. Será um serviço essencialmente pós-pago e cobrado por franquia de dados, não por velocidade, acrescentou o executivo.
Valim reconheceu que ainda faltam handsets 4G no Brasil, mas acredita que eles devam aparecer até o fim do ano e que seus preços vão cair ao longo do tempo em função do ganho de escala mundial e da desoneração sobre a fabricação nacional. Na demonstração foi usado um Samsung Galaxy 3S, que a fabricante promete trazer ao Brasil em breve com a opção de rádio LTE integrado.
Compartilhamento
A respeito do compartilhamento de antenas, Valim esclareceu que a empresa é a favor dessa iniciativa quando o assunto são novos sites. "Somos ferrenhos defensores do compartilhamento de novas antenas, desde que os outros queiram compartilhar também", explicou. "Hoje temos dificuldade até para manter as antenas atuais. Outro dia fomos obrigados a retirar uma antena que deixou um bairro inteiro sem cobertura. Telecom é hoje um bem tão essencial que deveria haver um clamor para que estivesse sempre disponível", comentou.