Hoje, o maior desafio da mobilidade é a segurança. Com a crescente adoção de smartphones e tablets corporativos, as empresas estão mais expostas ao vazamento de informações e aos malwares, sendo sujeitas a adotar estratégias e soluções para a proteção das informações trafegadas até a ponta.
De acordo com projeção da Juniper Research, o número de funcionários usando smartphones e tablets próprios no ambiente de trabalho, fenômeno conhecido como BYOD (bring your own device, ou traga seu próprio dispositivo) deve ultrapassar 1 bilhão em 2018. Mas, ao mesmo tempo em que cresce a adoção de dispositivos móveis para uso corporativo, aumentam as ameaças e vulnerabilidades. Segundo estimativa da Trend Micro, as aplicações maliciosas em plataformas móveis podem chegar a 3 milhões neste ano.
Diante deste cenário, especialistas do setor de TI debateram os principais desafios da segurança móvel no ambiente corporativo durante participação no Fórum Mobile+, realizado em outubro, em São Paulo.
Na visão de Leandro Coletti, diretor da Sikur, empresa do grupo Ciberbras, que atua no mercado de tecnologia e segurança da informação, hoje, o maior problema com segurança está, de fato, na comunicação. "A preocupação está com o tráfego de dados corporativos sensíveis, não importando qual dispositivo ou rede utilizada, ou até mesmo quão boa é a infraestrutura", diz. Neste sentido, o executivo ressalta que as empresas devem se atentar ao uso da criptografia dos dados, que o desafio está em empacotar informações em tecnologias criptográficas.
Por outro lado, Coletti enfatiza que os provedores de soluções de segurança ainda encaram alguns obstáculos na oferta ao setor corporativo. "Infelizmente a maior dificuldade que os fornecedores de soluções de segurança enfrentam hoje em vender seus produtos às empresas é a resistência por parte do diretor de TI ou gestor da corporação, que não sente a "dor", pontua. Roberto Dariva, sócio-fundador da Navita, desenvolvedora especializada em soluções móveis para o mercado corporativo, salientou, ainda, que o importante é proteger a informação corporativa no dispositivo móvel e não o hardware. E foi mais além, ao afirmar que "o mais caro é o prejuízo e não o investimento para evitá-lo".
Evolução da mobilidade corporativa
Em sua apresentação, Dariva, da Navita, também mostrou a evolução da mobilidade corporativa no Brasil, a qual, segundo ele, pode ser dividida em 'três ondas'. A primeira delas, entre 2005 e 2009, foi caracterizada pelo surgimento do conceito da gestão de dispositivos (MDM, em inglês) e pelo uso dos primeiros iPhones e dispositivos com Android. "Neste momento ainda não se falava em riscos e na segurança de dispositivos móveis", comenta.
Em uma segunda etapa, as empresas começaram a usar, de fato, o MDM e a perceber os riscos de segurança dos dispositivos móveis, ainda de acordo com Dariva. Por fim, na terceira onda, vivenciada atualmente, o mercado chega à maturidade e as empresas passam a procurar também, além do MDM, a gestão de conteúdo (MCM, em inglês), gestão de aplicativos (MAM), gestão de e-mails (MEM), entre outros recursos que integram a gestão móvel empresarial (EMM).