O uso de serviços de governo eletrônico, o chamado e-Gov, ainda é maior entre as empresas brasileiras do que pela população. Enquanto a utilização da internet como canal de obtenção de serviços públicos é adotada por 35% dos brasileiros, nas empresas brasileiras 79% disseram que usaram ao menos um dos serviços nos últimos 12 meses. Os dados fazem parte da pesquisa TIC Governo Eletrônico divulgada nesta quarta-feira, 1º, pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br).
O levantamento também evidencia a falta de prática dos brasileiros no uso do e-Gov: 50% dos indivíduos disseram ter utilizado um ou dois serviços nos últimos 12 meses, enquanto 15% fizeram uso de três serviços, 10% de quatro serviços, 6% de cinco e 5% de seis serviços, e outros 5% de mais de dez serviços.
A questão cultural e o baixo índice de inclusão digital foram apontados como os principais entraves para o uso de governo eletrônico pela população de maneira mais intensa. O resultado disso é que o meio de acesso aos serviços públicos mais utilizado continua sendo o atendimento presencial, com a preferência de 60% dos indivíduos entrevistados, embora o acesso on-line (35%) já supere o uso das centrais de atendimento telefônico dos órgãos de governo, citado por 8% dos participantes da pesquisa.
Entre os usuários do e-Gov, 91% disseram que estão satisfeitos ou muito satisfeitos em relação aos serviços de governo oferecidos pela internet, mas a pesquisa mostra que muitas funcionalidades são poucos exploradas. Outro dado revelado pelo estudo é que o uso do e-Gov é mais intenso na busca de informação sobre serviços – prática citada por 90% dos usuários – do que efetivamente para a realização de transações, que atinge 61% das pessoas que acessam recursos de governo eletrônico.
Para a realização dos estudo, o Cetic.br entrevistou 3 mil pessoas com idade a partir de 16 anos, e 650 empresas, em 157 municípios.
- e-Gov