Novas regras anunciadas pelo Facebook devem prejudicar pequenos negócios

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As novas regras para anúncios online divulgadas pelo Facebook — e que fazem parte do seu pacote de mudanças anunciado na última terça-feira, 25, envolvendo também a atualização de seus termos de uso, políticas de dados e cookies — deve prejudicar os proprietários de pequenos negócios. Isso porque, a partir de 1º de janeiro de 2015, quando as novas medidas entram em vigor, a rede social vai intensificar a filtragem de material promocional não pago, que é "alimentado" pelas empresas na forma de atualizações de status, o que deve reduzir significativamente a exposição de suas marcas e produtos.

A mudança tornará mais difícil para esses microempresários atingirem os fãs de suas páginas no Facebook com mensagens de marketing que não são pagas como publicidade. As empresas que postam essas mensagens ou reutilizam o conteúdo de anúncios já existentes terão "uma redução significativa na distribuição", conforme advertiu o Facebook em um post no início de novembro, quando anunciou a mudança. Ou seja, se não pagarem para promover o post ou ampliar a divulgação, ele não chegará a quase ninguém.

Muitas dessas empresas devem grande parte de suas vendas às postagens no Facebook. Nos EUA, mais de 80% das pequenas empresas que utilizam as mídias sociais para promover seus negócios tem o Facebook como a principal ferramenta de marketing, seguida pelo LinkedIn e Twitter, de acordo com uma pesquisa recente com 2.292 empresas de pequeno porte feita pela Webs, divisão de serviços digitais da Vistaprint. As três principais razões citadas por elas para a criação de uma página no Facebook foram aquisição de clientes, construção de uma rede de seguidores e aumento da visibilidade da marca, aponta o levantamento.

Expansão dos negócios

O vice-presidente do Facebook para pequenos negócios, Dan Levy, ressalta que as opções de publicidade paga no site de rede social têm sido muito eficazes e que as empresas devem ver o Facebook como uma ferramenta para "ajudá-los a expandir seus negócios". "Não se trata de uma simples solução social de nicho para a obtenção de maior alcance ou para fazer um post ser tornar um viral", disse ele ao The Wall Street Journal.

Segundo ele, há uma grande capacidade de "empatia" para os empresários que "estão sentindo essa evolução", em decorrência da redução do que ele descreve como alcance orgânico. Levy explica que o alcance orgânico é apenas uma das várias razões para as empresas terem presença no Facebook.

Dados da empresa mostram que, no mês passado, houve mais de 1 bilhão de visitas, diretamente, às páginas do Facebook. "Por isso, ter uma presença onde se pode ser descoberto ainda tem uma tonelada de valor", disse Levy. "Nós não queremos que paguem [os microempresários] qualquer dólar para nós, a menos que possamos ajudá-los a expandir o seu negócio."

As empresas normalmente estabelecem suas relações de consumo por meio de e-mail ou outros canais de marketing, ou anunciam em jornais, televisão e outros meios de comunicação tradicionais. "Mas o Yelp e agora Facebook estão tentando vender um terceiro modelo", disse Steven Jacobs da Street Fight, empresa americana de mídia e eventos. "Uma empresa pode construir uma comunidade numa plataforma social, mas ela nunca vai ter a audiência que ela imagina."

Um relatório da Forrester Research, divulgado nesta segunda-feira, 1º, revela que as mensagens de marcas bem conhecidas no Facebook atingem apenas cerca de 2% de seus fãs e seguidores, enquanto que, em média, menos de 0,1% das pessoas interagem com os post. A consultoria não mediu especificamente do alcance médio de publicações de marcas menores no Facebook.

Apesar disso, alguns microempresários dizem que já começam a usar o Facebook como "um canal de marketing pay-to-play". Até porque, os valores envolvidos são bem menores. Afinal, qualquer campanha publicitária custa muito dinheiro, o que torna inacessível para esse perfil de empresa.

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