A Stefanini, uma das maiores empresas brasileiras com presença internacional, deve fechar o ano com faturamento de cerca de R$ 2,6 bilhões, mesmo valor auferido no ano passado, apesar da recessão que o Brasil vem enfrentando neste ano. Segundo Marco Stefanini, CEO global do Grupo, esse resultado em parte já era previsto, pois ao comprar a empresa de processamento de cartões Orbitall em 2012 do Itaú Unibanco já previa o final do contrato de prestação de serviço nesse ano.
Isso pesou, pois a Stefanini no Brasil cresceu cerca de 18%, o que compensou a queda das receitas da Orbital. Ao mesmo tempo ela recebeu investimentos para se transformar numa plataforma digital para integrar o mercado de varejo e finanças. "Já temos contratos assinados que vão alavancar o crescimento da Orbitall em 2017", explica, acrescentando que as receitas oriundas dos 96 escritórios em 39 países responderam por pouco mais de 50% do resultado total.
Salientou que a empresa trabalha com três pilares para geração de receitas. O mais relevante é de sustentação, que mantém a infraestrutura e serviços de TI em contratos de longo prazo; o de serviços eventuais é focado em projetos contratados; e o de Business Transformation, que deve pavimentar sua rota de crescimento futuro, nos próximos 3 a 5 anos. Hoje a empresa contabiliza 21 mil colaboradores, dos quais 12 mil no Brasil.
Ao longo do ano, a Stefanini também promoveu algumas reorganizações internas. No primeiro semestre, a VANguard, coligada especializada em governança de TI, Segurança e Service Management, se fundiu com a Scala IT, com isso agora atende ao todo o portfólio de software da IBM.
Na área de segurança cibernética, a Stefanini também fez uma joint-venture com uma das maiores empresas de defesa israelense, a Rafael, que pertence ao governo daquele país e construiu uma rede de proteção aérea visual (uma espécie de domo) contra ataques, com uso de uma combinação de satélites, drones e software. Essa tecnologia de cibersegurança e visualização pode ser aplicada em setores financeiros, na agricultura de precisão, na inspeção de linhas de energia elétrica e oleodutos, em IoT industrial, entre outros.
Desde o ano passado a Stefanini vem intensificando seu processo de aquisições, fusões e joint-ventures. Em 2015 a multinacional brasileira realizou a fusão com a IHM Engenharia, que tem forte atuação no setor industrial. Também promoveu a joint-venture com a Tema Sistemas para criação da Stefanini Capital Market, além de lançar a Stefanini Inspiring, que nasceu como um braço de telecomunicações do grupo.
A empresa também adquiriu 40% da rede gaúcha de ATMs recicladoras Saque e Pague, com o objetivo de oferecer serviços combinados de meio de pagamento e varejo da plataforma Orbital. Disse que a operação está crescendo de forma acelerada, pois tinha 40 máquinas em operação em 2015, cresceu para 400 em 2016 e vai chegar a mil unidades em 2017.
Centro de inovação
Nesta quinta-feira, 1, a Stefanini inaugurou seu centro de inovação digital em São Paulo, um ambiente para promover o conceito de Business Transformation, com o objetivo de auxiliar seus clientes no processo de transformação digital, reunindo tecnologias como inteligência cognitiva, plataformas de fidelização, robótica, BPO, dentre outras soluções. Outro deverá entrar em funcionamento em Detroit em meados do ano que vem.
"Hoje, conseguimos montar um banco 100% digital para qualquer instituição, promover o engajamento dos clientes com campanhas de fidelização, oferecer uma assistente virtual capaz de compreender e processar solicitações via texto e voz de maneira rápida, eficiente e intuitiva, além de garantir mais eficiência operacional para as estruturas de backoffice", exemplifica Stefanini.
Também conta com Stefanini Inspiring, que oferece soluções escaláveis que tratam grandes volumes de informações, transformando a jornada do cliente e, consequentemente, os negócios das empresas. Com o monitoramento em tempo real dos dados e personalização das informações, os clientes constroem a base para sua transformação digital, de maneira mais rápida e eficiente.
Explica que essas soluções podem ser conectadas o que eleva os níveis de excelência com redução de custos e ofertas direcionadas por segmentação, capazes de trazer resultados mais eficazes para os clientes.
