Da observabilidade nas empresas para o corpo humano – qual será o próximo passo?

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A parte mais interessante da observabilidade, conceito de tecnologia que tem a capacidade de monitorar e gerar insights sobre o comportamento de aplicações ou de um sistema por meio de métricas, traces e logs, é quando começamos a correlacionar a análise de dados que possibilita às equipes uma visão ampla e completa das operações de TI para a ágil identificação da causa de problemas e de possíveis falhas, além de análise preditiva para o crescimento e sucesso dos negócios.

Quando combinamos métricas, traces e logs em conjunto nos ambientes, isso nos traz a tendência de um fato que pode gerar um gargalo no sistema, impedir uma venda, derrubar um aplicativo, ou fazer com que a performance em qualquer processo dentro das empresas entre em risco. Esse processo pode ser de um pagamento de funcionários, um problema logístico ou uma queda de rede. Muitos eventos podem acontecer, inclusive, ataques cibernéticos. A observabilidade tem a característica de entender o estado de um sistema analisando os dados que ele gera, ajudando os times de TI a tomarem decisões sobre o que está acontecendo internamente nesse ambiente e resolver a causa, caso haja um problema.

Atualmente, tenho feito a observabilidade do meu corpo. Entrei em uma rotina de monitoramento que ajuda a manter o equilíbrio da minha saúde: uma pulseira inteligente, com diversas funcionalidades, coleta uma série de dados do meu corpo, como por exemplo, monitora meus batimentos cardíacos, a oxigenação do sangue, pressão arterial, temperatura. Outras características também são monitoradas: ela detecta quando estou em momentos de alto desempenho ou esforço, como quando estou na academia ou praticando algum esporte.

Quando vou dormir, a pulseira consegue ter uma leitura se eu ainda estou acordado, se meu sono é leve, se é profundo, se entro na zona REM – Rapid Eyes Movement, fundamental para um bom descanso e para potencializar a restauração do corpo. Pela manhã, ela junta todas essas informações e sinaliza: "seu nível de recuperação é de 70%, 35% ou 40%…" E por quê? Ela correlacionou muitos dados durante a noite – se meu batimento cardíaco estava muito alto, ela sabe que estou acelerado, que não estou descansando ainda e meu sono foi leve. Também tem minha temperatura, que pode estar um pouco elevada e pode ser um sinal de febre. 

É uma ferramenta tecnológica, com recursos avançados, que captura dados da minha saúde e indica com precisão os aspectos do meu estilo de vida. Ela começa a me entregar muitos insights e me passa a informação de uma forma estruturada e quantificada: "seu corpo está em 15%, provavelmente você está doente e não é bom fazer exercícios esta manhã".

Dessa analogia com a pulseira inteligente, conseguimos entender a observabilidade nas empresas, que faz exatamente isso, como expliquei sobre o que acontece no meu corpo. Há uma série de dados em uma linha do tempo, que ocorrem e alertam "provavelmente haverá um gargalo e o seu sistema tende a cair". 

Da mesma forma que a pulseira monitora em tempo real o "sistema operacional" do meu corpo, a observabilidade faz o monitoramento de como está o nível de performance das empresas em real time. Assim como eu recebo notificações e lembretes se algo está errado no meu dia a dia, para que eu possa tomar providências, a observabilidade checa o estado de uma aplicação para a tomada de decisões mais assertivas. Graças à tecnologia, conseguimos ter essa análise preditiva. 

Quando temos visibilidade de toda a operação da empresa, conseguimos agir rapidamente, melhorando o tempo de resposta a incidentes de performance de forma estratégica e propor uma solução adequada, favorecendo a estabilidade dos negócios. E é isso o que tenho feito desde que tenho monitorado meu corpo com a pulseira inteligente: ao entender os sinais de que ela me entrega, consigo ter uma rotina mais saudável, me antecipando a possíveis problemas que possam acometer minha saúde e meu desempenho. Nas empresas, a observabilidade é uma disrupção ao correlacionar dados para solucionar os desafios operacionais de TI. No meu corpo, é o monitoramento da minha saúde. Se autocuidado é inovar, estou no caminho da observabilidade. 

Rodrigo Bocchi, CEO da Delfia, curadoria de jornadas digitais.

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