Escola da Nuvem forma mais de 4.500 alunos para carreiras em tecnologia no Brasil

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Há quatro anos atrás, empresários do setor de Tecnologia da Informação já percebiam a necessidade do mercado por profissionais qualificados, seja em habilidades técnicas ou comportamentais. Rafael Marangoni, Executive Director – Global Cloud & IA Services na Ingram Micro, e Flavio Rescia Dias, co-fundador e CTO da DaRede, arriscaram um projeto, com a mente focada na ideia de que "formar pessoas é um investimento". Nascia assim a Escola da Nuvem, organização social sem fins lucrativos que busca capacitar e empregar pessoas em situação de vulnerabilidade social para carreiras em Computação em Nuvem.

Segundo a Brasscom, hoje o Brasil é o 10º maior produtor de TIC – Tecnologia da informação e comunicação – do mundo, representando 30% do mercado da América Latina. Contudo, 48% dos líderes de RH reparam a falta de habilidades como uma das principais ameaças aos negócios, de acordo com o estudo Força de Trabalho 2.0 – Desbloqueando o potencial humano em um mundo impulsionado por tecnologias, da Mercer.

A Escola da Nuvem conta ainda com mulheres à frente do projeto, como a especialista em gestão estratégica de carreiras Ana Letícia Lucca, que atua como CRO (Chief Revenue Officer). Nascida em Londrina (PR), Ana Letícia é um exemplo de reinvenção, mudança e superação. Desde pequena, foi ensinada sobre um possível caminho de vida: casar, ter filhos e, se houvesse tempo, investir em uma carreira; embora este conceito ainda fosse algo distante para ela. Ironia do destino ou não, hoje sabemos que ela chegou lá: Ana Letícia é responsável por guiar as pessoas a encontrarem um propósito e uma ocupação na área de Tecnologia – ela é CRO da Escola da Nuvem, uma organização social sem fins lucrativos que capacita e emprega pessoas na área de tecnologia da informação e computação em nuvem.

Filha de médica, cresceu sob a visão de que existiam apenas poucas profissões consideradas respeitáveis: medicina, direito, engenharia, odontologia e administração; esta última sendo a menos bem vista. Mas Ana escolheu um caminho diferente: se apaixonou pelas artes e encontrou na dança uma forma de superação, fazendo disso sua primeira profissão ao abrir uma escola para ensinar a modalidade.

Ao longo da vida, Ana também encarou alguns desafios: trabalhou como teleatendente em uma farmácia e depois como estagiária em uma indústria farmacêutica. Por conta do trabalho, precisou cursar Administração. A ocupação exigiu que ela se mudasse para Cascavel (PR) com um carro emprestado, mas também deu a garantia de um novo salário. Ana também mudou de cidade várias vezes, o que a levou até São Paulo. A carreira na indústria farmacêutica trouxe estabilidade, mas ainda estava distante do propósito de Ana, que criou um lema para si: "a vida sem objetivo ou propósito não é nada". Ao ser desligada seis anos depois após a farmacêutica ser vendida, Ana teve uma nova chance de refletir sobre sua missão profissional.

Tomando uma atitude ousada mais uma vez, buscou uma consultoria de carreira e planejou o sonho de abrir a sua própria até os 50 anos de idade, pois queria ajudar outras pessoas. Começou, então, a se dedicar a entender o mercado e a construir capacitação técnica. Ana queria inspirar as pessoas a enfrentarem desafios e encontrar sentido nas próprias carreiras. Ela abriu uma consultoria de desenvolvimento organizacional e passou a atender o segmento de tecnologia, o que, tempos depois, a conectou com a Escola da Nuvem.

"Eu sempre fui muito apaixonada pelo segmento de tecnologia justamente por entender que é uma área superrelevante para a transformação social", declarou Ana. Um exemplo disso é a própria Escola da Nuvem que, desde a fundação, já formou mais de 4500 alunos. Só em 2023, foram mais de 3.400 alunos capacitados tanto em Nuvem AWS quanto Microsoft, sendo que 83% das pessoas que seguiram para a etapa de empregabilidade já conseguiram emprego.

Como surgiu a Escola da Nuvem?

Quando soube da iniciativa, Ana prontamente se voluntariou. De imediato, desenvolveu conteúdos focados em ensinar aos alunos como fazer currículos e se preparar para uma entrevista de emprego. Além disso, engajou voluntários, consolidando um propósito que unia sua experiência profissional e pessoal. "Na Escola da Nuvem, consigo inspirar as pessoas a exteriorizar potenciais com um tempero muito melhor e maior para que se desafiem e se desenvolvam; e isso me deixa muito realizada", comentou Ana.

O objetivo inicial da organização era formar 500 alunos por ano, porém logo percebeu-se que se formariam muito mais pessoas do que isso. Hoje, com mais de 40 funcionários, 80 instrutores e mais de 200 voluntários por ciclo para manter a operação, a ONG é destinada para pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica que desejam fazer transição de carreira ou ingressar no mercado de Tecnologia.

A Escola da Nuvem já transformou histórias de pessoas que antes eram empregadas domésticas, vendedores ambulantes, porteiros, garçons, motoristas de aplicativo, entre outras profissões. "O propósito sempre foi ajudar as pessoas a saírem desses contextos e a mudar o mindset de se sentirem indignas de uma oportunidade diante de um mercado tão organizado como o de uma empresa", conta Ana. O desafio dos voluntários e funcionários da Escola da Nuvem, e também de Ana Letícia, é o processo de convencê-los disso.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação prevê que o mercado de tecnologia no Brasil gerará 797 mil vagas de emprego até 2025. Ao disponibilizar cursos gratuitos de computação em nuvem, focados em AWS e Microsoft, a Escola da Nuvem oferece certificados e encaminha os formados para oportunidades de trabalho. Após a formação, os alunos são acompanhados para garantir a incorporação dentro da empresa no tempo de adaptação.

O propósito da ONG, de ajudar as pessoas a viverem sob seus valores com compromisso e transparência, se mistura com o de Ana. Assim como ela, a Escola da Nuvem acredita que todos são capazes de voar alto, e juntos, constroem um futuro mais promissor. "A gente pode impactar as pessoas por muito mais frentes e também o entorno dessas pessoas, como os familiares e amigos que possam estar desempregados", finaliza ela.

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