Nos últimos anos têm crescido entre os CEOs das principais companhias em todo o mundo a percepção de que modelo de negócios que escolherem determinará o sucesso ou o fracasso de suas estratégias. E a grande maioria reconhece a inovação como necessária para enfrentar a competitividade cada vez maior no mercado, de acordo com estudo divulgado nesta quinta-feira (2/3) pela IBM Business Consulting Services, intitulado Global CEO Study 2006.
Segundo a pesquisa, 65% dos CEOs declararam que devido às pressões de competitividade e do mercado planejam transformar radicalmente suas empresas nos próximos dois anos. A razão dessa mudança radical, segundo o relatório do Global CEO Study 2006, é que somente 20% dos CEOs reconhecem ter sido bem-sucedidos nessa tarefa. A pesquisa revela que diante disso esses executivos começam a olhar além do crescimento possibilitado por novos produtos e serviços e focando cada vez mais na inovação de seus modelos de negócio e operações como mecanismo-chave para impulsionar a mudança.
Os CEOs declararam também que aproximadamente dois terços de seus esforços estão destinados à inovação em modelos de negócios e operações. Tanto é verdade que 61% deles, que têm foco em inovação em modelos de negócios, admitiram temer que mudanças no modelo de negócios de um concorrente possam gerar uma transformação radical no cenário de sua indústria.
?Fica muito claro que os CEOs, hoje, estão considerando novas formas de inovação para impulsionar mudanças substanciais em suas organizações, bem como o crescimento dos negócios?, afirma Ginni Rometty, vice-presidente sênior da IBM Business Consulting Services. ?Não se trata apenas de inovação em produtos. Trata-se de entender como inovar em um modelo de negócios ou em um processo operacional ou em um comportamento de gestão, por exemplo: administração de risco em tempo real, desenvolvimento farmacêutico colaborativo ou distribuição de filmes digitais.?
No que diz respeito à maneira de impulsionar a inovação, a pesquisa revelou que 76% dos CEOs qualificaram alianças de negócios e colaboração com clientes como as principais fontes de novas idéias. Isso, segundo o estudo, contrasta de modo substancial com suas áreas de pesquisa e desenvolvimento, que ocuparam o oitavo lugar como fonte de novas idéias, ao serem citadas por apenas 14% dos CEOs.
Apesar da importância dada à colaboração, a pesquisa revela que muitos CEOs ainda estão na fase de planejamento. Enquanto 76% dos CEOs reconhecem que a colaboração é crítica, 51% dizem que suas organizações já colaboram de maneira extensa. ?É interessante notar que isso é mais elevado em mercados emergentes, onde 73% das empresas estão colaborando, comparados aos 47% dos mercados maduros?, diz Rometty
O estudo também sugere uma ligação entre colaboração e rendimento financeiro. As empresas com maior crescimento de renda indicam que utilizam recursos externos muito mais freqüentemente que aquelas que crescem em ritmo lento. As empresas de melhor desempenho utilizaram recursos externos em 30% mais que as de menor desempenho. Além disso, os CEOs declararam que os principais benefícios da colaboração com associados externos são redução de custos, maior qualidade e satisfação de clientes, acesso a habilidades e produtos, maior renda, e acesso a novos mercados e clientes.
Em relação às barreiras para a inovação, os CEOs manifestaram que os inibidores internos eram mais significativos que os obstáculos externos. Apenas 35% dos executivos, porém, declararam estar dispostos a enfrentar esses inibidores fazendo da inovação uma responsabilidade do CEO. O estudo revela grandes contrastes de acordo com as regiões geográficas. No Japão, na China, na Coréia e na Europa do Leste, por exemplo, 47% dos CEOs assumem forte responsabilidade pela agenda da inovação, enquanto na Índia e nos Estados Unidos esse percentual é de 20%, onde a gestão da inovação se encontra amplamente distribuída tanto dentro como fora da organização, por meio de parceiros de negócios e outros. Nos mercados mais maduros, o gerente de operações (COO) desempenha um papel especialmente forte em administrar a inovação.
O Global CEO Study 2006, que tem a finalidade de oferecer uma visão integral da agenda de planejamento dos executivos para os próximos dois a três anos, é a nova edição do estudo sobre CEOs feito em 2004, que revelou que o foco da agenda dos principais executivos tinha passado da redução de custos à promoção do crescimento rentável. Nesta, foram entrevistados mais de 750 CEOs de empresas líderes do mundo, que representam os principais países e indústrias.