?Open networks?, ou redes abertas, é o termo da moda nesta edição da CTIA Wireless, o maior evento da indústria de telefonia celular dos EUA, realizada em Las Vegas esta semana. Embora haja divergências em torno da definição deste termo, a mais usada é a seguinte: em uma rede aberta, quem controla a rede não controla a venda do serviço.
Seria a separação entre infra-estrutura e serviço. Isso significa a adoção de um modelo de venda de capacidade no atacado, para que quaisquer outras empresas vendam o serviço no varejo.
Mais do que isso: em uma rede aberta, qualquer empresa pode desenvolver aplicativos e dispositivos que funcionem nela, sem depender da aprovação de quem controla o espectro. O tema entrou na pauta este ano nos EUA levantado pelo Google e pela FCC, que determinou que um bloco das licenças em 700 MHz precisarão seguir essa definição de rede aberta.
A Verizon Wireless foi a operadora que adquiriu esse bloco de licenças. O assunto, além de ter sido mencionado por alguns dos keynote speakers na abertura da CTIA Wireless, ganhou dois painéis exclusivos neste primeiro dia da feira.
?Quando a rede não é aberta, isso confunde o usuário. Por que não posso ter no meu telefone um aplicativo bacana que vejo no celular do meu amigo só porque usamos operadoras diferentes??, perguntou o vice-presidente para mobilidade do Google, Rich Miner, durante um dos painéis. ?Redes fechadas dificultam a inovação?, acrescentou.
Um dos pontos mais debatidos é se redes abertas significariam menos segurança para os usuários. Na defesa de redes abertas, Miner, do Google, citou o caso do Linux, que é um sistema operacional aberto e, ao mesmo tempo, é mais seguro que a maioria dos sistemas proprietários. ?Isso acontece porque toda a comunidade ajuda a desenvolver a segurança do sistema?, explicou.
Confusão
O problema é que quando se fala em abertura no setor de telecomunicações cada um entende de uma forma diferente. A falta de uma definição clara acabou prejudicando parte dos debates. Shashi Kavi, CTO da Ericsson, falou sobre padrões abertos: ?Open networks é o novo hype do mercado. A verdade é que usamos padrões abertos há muito tempo?, disse em um dos painéis. ?A tecnologia é aberta. O que é fechado hoje em dia é o modelo de negócios?, acrescentou.
O vice-presidente da Sprint Nextel, Atish Gude, por sua vez, disse que a rede WiMAX da operadora será aberta, no sentido de que qualquer dispositivo ou aplicativo funcionará nela. Mas quem venderá o acesso será apenas a Sprint Nextel.