A mudança de paradigmas trazida com o software como serviço (SaaS), onde não se pensa mais a venda de licença (ou produto) mas a oferta de um conjunto de aplicações que a empresa integra e usa conforme a demanda, pagando pelo número de usuários, integra-se ao conceito da chamada ?cloud computing?. A Google, conhecida mundialmente por sua ferramenta de busca, aposta neste conceito para ganhar mercado com suas aplicações corporativas.
Durante o 1o. Seminário Software como Serviço, promovido pela TI INSIDE e realizado pela Converge Comunicações, em São Paulo, José Nilo Martins, diretor do Google Enterprise, divisão que oferece o conjunto de aplicações corporativas, destacou a estratégia da companhia na oferta de software como serviço com o Google Apps, – um conjunto de aplicações empacotadas para empresas dentro do conceito de web services (todos os serviços estão disponíveis na internet).
O conjunto de aplicações de entrada é gratuito e o chamado Google Premier Edition (que inclui e-mail, instant messenger, calendário, edição de documentos, edição de páginas em portais e segurança) custa US$ 50 por usuário por ano (FOB) e em torno de US$ 73 no Brasil. Todo esse set de produtos, segundo Martins, está pronto para a plataforma móvel, bastando o uso do browser do dispositivo.
A vantagem do Google nesse novo ambiente é que a empresa não tem software legado. ?Oferecemos o que há de melhor para os processos de negócios do momento, segundo as necessidades da empresa cliente, que não precisa ficar amarrada a uma aplicação que não se adéqua a ela?, diz o executivo.
Para suportar os clientes mundiais a Google investe pesadamente no aumento de sua capacidade de armazenamento: conta hoje com 40 data centers com mais de 450 servidores de grande porte para atender mais de 20 milhões de usuários. ?De 2006 para 2007 a Google cresceu 400% sua capacidade instalada de dados em seus data centers?, diz Martins. A empresa acabou de inaugurar um data center em Dalles, no Oregon, com investimentos de US$ 1,5 bilhão. ?Garantimos uma média de 99% de disponibilidade do servidor ao cliente?, diz Martins.
Segundo Martins, o conceito da Google é dar flexibilidade ao cliente que pode escolher o que quer dentro de um conjunto de componentes de software. No caso da queda do link com a internet, o acesso continua off-line. Com a reconexão todas as informações são sincronizadas e atualizadas com os documentos do ?cloud computing?. Para o executivo, todo o ambiente de software caminha para esse modelo de negócios.