O Groupon foi obrigado a revisar o resultado do último trimestre de 2011, após assumir que um dos executivos errou no repasse de quantia destinada a reembolsar consumidores. A empresa divulgou na última sexta-feira, 30 de março, um aumento de US$ 22,6 milhões no prejuízo líquido anunciado anteriormente, o que totaliza US$ 65,3 milhões de perda no ano.
Com isso, a receita líquida foi US$ 14,3 milhões menor que a divulgada e totalizou US$ 157,9 milhões. De acordo com o site de compras coletivas, os resultados dos trimestres anteriores não foram afetados. No documento protocolado na Security Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, o Groupon assumiu a incapacidade de obter reembolsos de parceiros de mercado para cobrir as reclamações dos clientes. "Isso pode ter um efeito adverso na nossa liquidez e lucratividade", disse a empresa.
O episódio chama atenção para as dificuldades que os sites que oferecem cupons de desconto vêm enfrentando ultimamente, em especial com questões envolvendo direito do consumidor. Com a atividade ainda não regulamentada, os consumidores se veem confusos ao prestar queixa sobre problemas com a entregada ou defeito de produtos, pois embora a venda seja realizada pelo Groupon, a entrega do produto ou a prestação do serviço são feitos por outra empresa. Quando a transação é faturada pelo agregador de ofertas, o erro com o que ocorrer pode desestabilizar o resultados fiscal, conforme admitiu o Groupon.
“Permanecemos confiantes nos fundamentos de nosso negócio, à medida em que nossa performance continua a destacar o valor que damos aos consumidores e às ofertas”, tentou tranquilizar o CFO do Groupon, Jason Child. O problema é que a companhia vem enfrentando desconfiança dos investidores quanto a rentabilidade do negócio, desde que abriu seu capital.
As ações, que já operavam a níveis abaixo do preço do IPO (US$ 20), caíram mais 6% no fechamento do mercado no mesmo dia da divulgação da revisão, fechando cotadas a US$ 17,20 no chamado after-hours trading, negociação após o fechamento da Nasdaq.