Sistema de computação científica do IEN tem dois novos laboratórios

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O Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), centro de pesquisa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCT), no Rio de Janeiro, inaugurou duas novas instalações: o Laboratório de Realidade Virtual Imersiva (LABRV) e o Laboratório de Inteligência Artificial Aplicada (LIAA).

Junto com os laboratórios de Interfaces Homem/Sistema (LABIHS) e de Computação Paralela (LCP), eles integram o sistema de computação científica e aplicada do IEN. Ambos contam com a colaboração do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ).

De acordo com nota divulgada pelo IEN, o LABRV, um dos poucos do gênero no país, insere o Brasil no contexto mundial referente a seu uso na área nuclear. Essa técnica de visualização, que permite ao usuário interagir com um ambiente tridimensional virtual por meio do computador, vem sendo utilizada em diversos ramos do conhecimento. No setor nuclear, países como Noruega e Coréia do Sul utilizam a realidade virtual tanto no treinamento de operadores de usinas nucleares quanto no projeto de salas de controle, aumentando a segurança e diminuindo custos.

O LABRV produz a sensação de imersão em um ambiente virtual por meio de uma sala de projeção com estereoscopia (sensação de profundidade) passiva de imagens polarizadas e projeção por trás da tela (que permite ao usuário se aproximar da tela sem produzir sombras).

Segundo o pesquisador chefe do novo laboratório, Antônio Carlos Mol, algumas aplicações a serem desenvolvidas já estão planejadas: treinamento virtual em manutenção e operação de reatores, navegação virtual em plantas industriais (para testes de planos de evacuação), visualização virtual de aplicações nucleares (para ensino e divulgação) e protótipos virtuais de salas de controle (que reduzem tempo, custos e erros de projeto, além de possibilitar a projetistas e operadores se familiarizem com a sala antes dela existir fisicamente).

A inauguração do Laboratório de Inteligência Artificial Aplicada proporcionou infra-estrutura adequada a uma série de pesquisas na área de inteligência artificial (IA) que vêm sendo desenvolvidas no IEN. O responsável pelo novo laboratório, Cláudio Márcio N. A. Pereira, destaca que os pesquisadores do instituto têm cerca de cem artigos publicados sobre IA. As principais técnicas utilizadas são: algoritmos genéticos, redes neurais e lógica nebulosa ou lógica fuzzy.

Um exemplo clássico de IA aplicada à área nuclear e tema de pesquisas desenvolvidas no IEN é o uso de algoritmos genéticos no planejamento da otimização da recarga de reatores, visando prolongar o ciclo de queima do combustível nuclear e reduzir o custo da energia gerada. Outro exemplo tradicional é a utilização de redes neurais e de lógica nebulosa para a identificação de anormalidades na operação da usina. O foco, neste caso, é a segurança nuclear.

Além das aplicações clássicas de IA, desenvolvem-se no IEN novas metodologias. São exemplos projetos para experimentos em escala reduzida por meio de algoritmos genéticos, utilizados atualmente no Projeto IRIS (consórcio para desenvolvimento de um reator nuclear de terceira geração), e o planejamento otimizado de manutenções e testes em usinas nucleares.

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