A Check Point Research (CPR) identificou uma vulnerabilidade crítica de segurança no modem UNISOC. Se não for corrigida, a vulnerabilidade pode ser usada para neutralizar serviços de modem e bloquear comunicações; ela foi encontrada no firmware do modem e não no sistema operacional Android. A CPR também revelou várias vulnerabilidades que podem comprometer o modem e outras fraquezas relacionadas ao chip, as quais podem colocar em risco os usuários de dispositivos móveis Android.
A UNISOC produz chipsets econômicos que alimentam dispositivos 2/3/4/5G que variam de smartphones a smart TVs. A UNISOC é extremamente popular na África e na Ásia devido aos seus preços baixos. Até o final de 2021, a UNISOC foi considerada a quarta maior fabricante de chips para smartphones do mundo (depois de MediaTek, Qualcomm e Apple), com 11% de participação no mercado global.
Primeira investigação
A pesquisa da CPR registra a primeira vez em que o modem UNISOC foi submetido a engenharia reversa e investigado por vulnerabilidades. Os pesquisadores da CPR escanearam os manipuladores de mensagens do NAS (Non-Access Stratum, um conjunto de protocolos), em um curto período de tempo e encontrou uma vulnerabilidade que pode ser usada para interromper a comunicação de rádio do dispositivo por meio de um pacote malformado. Um atacante ou uma unidade militar pode aproveitar essa vulnerabilidade para neutralizar as comunicações em um local específico.
A CPR divulgou com responsabilidade essas descobertas à UNISOC, em maio de 2022, que reconheceu a vulnerabilidade dando-lhe uma pontuação de 9,4 (crítica). Desde então, a UNISOC emitiu um patch denominado CVE-2022-20210. O Google informou que publicará o patch no próximo boletim de segurança do Android. A Check Point Software recomenda que os usuários de smartphone sempre atualizem o sistema operacional de seu dispositivo para a versão do software mais recente disponível.