A Claro resolveu adiantar a implementação da quinta geração de redes móveis no Brasil. A operadora anunciou nesta quinta-feira, 2, o pré-lançamento do 5G utilizando as licenças de espectro já existentes, graças a uma tecnologia de compartilhamento dinâmico de espectro (DSS).
A rede será lançada em parceria com a Motorola e a Ericsson, utilizando a tecnologia Dynamic Spectrum Sharing (DSS). Ela permite que operadoras de telefonia móvel utilizem o espectro existente em mais de uma tecnologia, com a mesma frequência sendo compartilhada entre redes 2G, 3G, 4G ou 5G. A Claro promete conexão 12 vezes mais veloz que o 4G tradicional, sem explicitar quantos megabits por segundo isso significa.
Para utilizar o 5G da Claro, será necessário possuir um smartphone compatível com DSS. No primeiro momento, a única opção disponível no mercado será o Motorola Edge, com processador Snapdragon 765 e modem 5G integrado. O Motorola Edge+, mais caro, também possui suporte a 5G, mas a Claro diz ao Tecnoblog que ele não é compatível com a tecnologia de compartilhamento dinâmico de espectro da operadora.
A Claro não revelou as frequências adotadas e outros planos de implementação do 5G DSS no Brasil, mas promete anunciar nas próximas semanas a cobertura planejada e o início das vendas dos smartphones. A operadora diz que os investimentos feitos nas frequências atuais serão "aceleradores da implantação definitiva do 5G" com adição de capacidade na frequência de 3,5 GHz, a ser leiloada pela Anatel.
Espectro de sobra
No Brasil, a Claro é detentora das frequências de 700 MHz, 850 MHz (exceto MG, BA, SE, PR e SC), 1800 MHz, 2.100 MHz e 2.600 MHz. Com a compra da Nextel, a operadora passou a ser uma das maiores detentoras de espectro para redes móveis.
Nas frequências entre 1 GHz e 3 GHz, a operadora conta com 130 MHz de capacidade no estado de São Paulo, à frente de Vivo (110 MHz), TIM (90 MHz) e Oi (90 MHz). Em algumas regiões, como Nordeste e Minas Gerais, a operadora soma 150 MHz disponíveis para utilização.
Isso dá vantagem técnica para a Claro implementar uma rede 5G utilizando compartilhamento dinâmico de espectro, mas também distancia a operadora de arrematar lotes na frequência de 2,3 GHz por esbarrar no limite imposto pela Anatel. No arremate, a operadora deverá se concentrar na faixa de 3,5 GHz e nas ondas milimétricas.