Para empresários, Plano Brasil Maior ainda não teve impacto positivo na indústria

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As medidas do Plano Brasil Maior, programa do governo de incentivo à economia, lançado há um ano, foram positivas, mas ainda não surtiram efeito para a maioria da indústria, conforme revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizada em julho. De uma amostra de 784 empresas de todo o país, 19,3% dos entrevistados desconhecem o Plano. Outros 34,6% sabem da existência do programa, mas conhecem superficialmente as medidas. O relatório aponta que apenas 8,2% estão a par do Plano e dos detalhes das medidas.

Entre os empresários que conhecem o Plano, 57,5% disseram que não houve resultado para o crescimento da indústria, enquanto 30% acreditam que os efeitos foram positivos ou muito positivos. A avaliação é ainda mais negativa quando os empresários consideram os resultados sobre a própria empresa. Para 75,2% dos entrevistados, o Plano Brasil Maior não teve impacto sobre a organização na qual atuam, e apenas 16,8% disseram que os efeitos foram positivos ou muito positivos.

“As avaliações são menos otimistas quando o empresário fala da própria empresa talvez porque as medidas sejam mais direcionadas a determinados setores. Um dos exemplos é a desoneração da folha de pagamento que, no começo, era para quatro setores e agora passou para 15”, explica o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

Vale lembrar que na quarta-feira, 1°, entrou em vigor a nova regra que beneficia o setor de tecnologia da inovação. A partir de então, o imposto pago pelas empresas da área passa de 2,5% para 2% do faturamento, ainda em substituição à contribuição previdenciária de 20% sobre a folha.

Na opinião de 71,2% dos empresários, a desoneração da folha de pagamento é o instrumento que terá maior impacto positivo na competitividade dos produtos das empresas. Para 59,2%, a simplificação da tributação também é uma medida importante para a competitividade das empresas.

Projeções

Apesar dos efeitos do Plano serem pouco percebidos no curto prazo, os empresários estão otimistas em relação ao futuro. Segundo a pesquisa, 62,7% dos entrevistados que conhecem o Plano acreditam que os resultados nos próximos dois anos serão positivos ou muito positivos para a indústria. Outros 19,3% avaliam que não haverá impactos no mesmo período. Em relação à própria empresa, metade (51,2%) avalia que os impactos no período de dois anos serão positivos ou muito positivos.

Com relação a planos de investimento, entre os empresários que conhecem o programa, 67,6% informaram que as medidas não alteraram ou não vão alterar seus planos. Outros 5,3% informaram que os planos de investimentos encolheram e 8% não souberam informar. Os demais 19,1% acreditam que haverá aumento nos investimentos.

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