A Copa do Mundo Feminina é um evento esportivo de magnitude global que celebra o talento e a dedicação das mulheres no futebol. Ao longo dos anos, esse torneio internacional tem conquistado um espaço crescente na mídia, atraindo uma audiência expressiva e ampliando o interesse do público pelo esporte. Isso significa que a relevância da Copa do Mundo Feminina transcendeu os gramados, tornando-se um ícone de empoderamento feminino, igualdade de gênero e inclusão social.
Para isso, a tecnologia entra como forte aliada e chegou a invadir o ambiente de campo por meio da Inteligência Artificial (IA), que é utilizada como apoio aos profissionais do jogo. Dessa forma, listarei abaixo quais aprendizados podemos tirar diante desse evento e o que o mundo corporativo pode utilizar como lição.
Monitoramento em tempo real: durante o jogo, utilizam-se imagens de 10 a 12 câmeras para avaliar o que está acontecendo. Dados são utilizados para que partes essenciais não se percam de vista, como análise das jogadoras, impedimento, pênalti e falta. Ou seja, é possível detectar padrões, acompanhar situações (previstas ou inesperadas) e antever tendências.
Uso de sensores: a bola do jogo possui um sensor que fornece dados em tempo real ao árbitro para auxiliar na tomada de decisão. Isso serve de lição para as empresas, pois, assim como no jogo, o cenário corporativo pode mudar de maneira muito ágil e muitas organizações ainda tomam decisões "olhando para o retrovisor", enquanto outras, com uma visão apurada do momento presente, dão passos mais precisos com o auxílio da Inteligência Artificial.
Confiabilidade e tomadas de decisão assertivas: com IA, a tendência é que as decisões sejam mais rápidas, assertivas e transparentes, justificando o uso da tecnologia como uma aliada confiável que pode ser utilizada a qualquer momento sem atrapalhar o andamento de uma partida de futebol. Por exemplo, agora, se avalia, em questão de segundos e com maior precisão, se houve gol impedido, falta e pênalti. Nesse contexto, é possível fazer relação com as empresas, tendo em vista que a confiança na análise de dados em tempo real possibilita a ocorrência de menos erros e identificação de acontecimentos que antes poderiam passar despercebidos ao olho humano.
Performance e análise de riscos: o uso de IA na rotina dos times de futebol já é uma realidade. No futebol, a tecnologia é utilizada em diversas áreas, como análise de desempenho, relatório físico e técnico das atletas, captação de jovens promissoras e avaliação de contratações. Além disso, é possível estudar melhor o desempenho das jogadoras para explorar melhor sua capacidade, sem gerar desgaste físico desnecessário e evitar possíveis lesões, a fim de promover melhor recuperação do corpo. Sendo assim, é possível relacionar esse fator à operação das empresas, visto que, se há análise em tempo real, há previsão de riscos e, consequentemente, contenção de danos.
Inteligência Artificial não substitui o saber humano: outro ponto que deve ser salientado é a questão de a IA ser uma ferramenta de apoio e não de substituição humana. O árbitro de vídeo (VAR), por exemplo, é uma ferramenta de análise de ocorrências do jogo que o juiz utiliza, e antes dele avaliar, passa pela supervisão de mais quatro profissionais – ou seja, o uso dessa tecnologia não diminuiu a presença do ser humano, pelo contrário, aumentou. A partir dessa ferramenta, é possível selecionar onde o nosso olhar deve focar e escolher as informações mais relevantes para a tomada de decisão.
Levando em consideração todos os apontamentos acima, é possível concluir que antes tinha apenas a opinião humana para definir se o jogo era confiável ou não, enquanto hoje se utiliza a Inteligência Artificial para prestar apoio, evidenciando como o esporte está aumentando seu nível de maturidade com a tecnologia, conseguindo aproveitar mais o potencial das jogadoras, melhorando seus resultados e prevenindo riscos. E isso é essencial para uma competição, da mesma forma que é para uma empresa, visto que, quanto mais ações e dados são processados, mais aumenta a chance de previsão de riscos e formas de prevenção, gerando economia de custos na operação e alcance de melhores resultados.
Gustavo Koltz, gerente de produtos e delivery da Viasat, INTELIE.