De tempos em tempos surge no mercado uma profissão que virá moda, se puxarmos um pouco pela memória e restringindo apenas as carreiras de TI lembraremos do analista de sistemas, talvez a primeira a entrar na moda, em meados dos anos oitenta todo mundo que trabalhava com tecnologia se dizia analista de sistemas, muitos sem ao menos saber o que um analista fazia.
Com o avanço da tecnologia em todas as áreas e a necessidade crescente de inovar para manter-se vivo, as empresas começaram a executar uma quantidade insana de projetos, tudo virou projeto, novas instalações, novos sistemas, novos equipamentos, o mercado imobiliário explodiu, os hospitais não dão conta de atender e criam novos leitos, UTIs, e a corrida mundial por crescimento ficou tão maluca que catapultou a carreira de gerente de projetos as alturas.
Criado em 1969 o PMI (Project Management Institute) tem o objetivo de: formular padrões profissionais de gestão de projetos, gerar conhecimento por intermédio da investigação e promover a gestão de projetos como profissão através de seus programas de certificação, ganhou notoriedade no início do século XXI e hoje é a maior instituição do gênero no mundo.
Fora a necessidade de administrar as atividades que não fazem parte do dia a dia das organizações, afinal projeto nada mais é do que tirar do papel e pôr em operação algo novo, o gerente de projeto ganhou o status do grande impulsionador, muito assediado pela alta administração e pelos clientes não é raro muitos acharem que são mais importantes do que os projetos que estão sob sua gestão.
Fica fácil entender o fascínio que a carreira traz e a vontade de todos em tornarem-se gerentes de projetos, os cursos de preparação para a certificação, pós-graduação explodiram e as salas de aula estão lotadas, todos com o sonho de saltarem de uma posição intermediaria e tornarem-se os poderosos gerentes de projetos.
Existe uma falsa impressão no mercado que o melhor gerente de projeto é aquele técnico que possui profundos conhecimentos sobre o projeto, e não é raro ver a alta administração alça-los para o cargo, o que as melhores práticas mostram que isso é um grande erro, porque gerenciar projetos e executar tarefas são atividades absolutamente diferentes e comumente encontramos o técnico alçado a gerente executando atividades técnicas e nenhuma gerencial.
Atualmente como antigamente e como acontecerá no futuro, diversos profissionais irão se intitular conhecedores e competentes em determinadas funções, mas a pratica mostrará que não passam de grandes charlatões, que no máximo conseguirão ocasionar prejuízos financeiros e de imagem para a empresa, e para si um descredito no mercado de trabalho.
A prudência sugere que antes de ouvir os cantos de sereia dos que se dizem conhecedores do assunto, cheios de certificações e pós graduações, verifique quais projetos ele conduziu, seus sucessos e fracassos, afinal o bom gerente de projetos não é aquele que só obteve sucesso nos projetos que conduziu.
Alberto Parada, co-fundador do Descomplicado Carreiras (Sistema de orientação de carreira), Colunista e Palestrante especializado em carreiras, atua há mais de 25 anos como executivo no mercado de tecnologia em empresas como: Sênior, IBM, Capgemini, Fidelity, Banespa, e mais de 12 anos como Professor Universitário no Lassu-USP FAAP e FIAP. Formação em administração de empresas e análise de sistemas, com especialização em gerenciamento de projetos e mestrando em Gestão de Negócios pela FIA, voluntário no HEFC hospital de retaguarda para portadores de Câncer.