João Alfredo Pimentel*
O outsourcing vem ganhando notoriedade ano a ano. Depois de vencer muitas barreiras culturais, principalmente juntos aos bancos que na década de 90 temiam liberar suas informações para terceiros, este modelo de serviço está recebendo grande parcela dos investimentos de TI. Com nível de qualidade garantido em contrato (SLA) e também por lei, a exemplo da Sarbanes-Oxley, a terceirização vem assustando menos os mais céticos.
Do total investido em tecnologia da informação pelas empresas brasileiras em 2005, mais de R$ 2 bilhões foram direcionados a projetos de terceirização, segundo dados da consultoria IDC.
O instituto aponta que, com esses projetos, o setor de outsourcing foi o que mais cresceu ao longo do ano passado. Ainda, de acordo com esta consultoria, para os próximos dois anos nas 500 maiores empresas do País incluem a terceirização de sistemas de impressão, da rede de dados, do data center e toda infra-estrutura de TI, além do gerenciamento dos sistemas.
A IDC aponta também que o outsourcing está crescendo e, só em 2006, esse modelo já representa 40% de todo o setor de TI. A expectativa é que entre 2007 e 2008, a terceirização de serviços de TI ultrapasse o mercado de hardware, atualmente responsável por 44% dos gastos em tecnologia da informação.
Embora esses números sejam animadores, a mesmo IDC afirma que ainda é tímida a quantidade de empresas que efetivamente terceirizaram o gerenciamento de sua infra-estrutura, considerando que este é o processo de mais fácil de ser repassado para terceiros.
Ou seja, no Brasil existe uma oportunidade imensa para os fornecedores de serviços. Entretanto, é importante salientar que outsourcing não é a pura contratação de um terceiro para executar um serviço. Ou melhor, o outsourcing envolve o processo de gerenciamento contínuo dos ambientes de TI.
Portanto, vários fatores devem ser considerados na hora de se optar pelo outsourcing. Devemos destacar a importância de se avaliar a viabilidade de uma terceirização, ou seja, é necessário considerar aspectos táticos, como a redução de custos envolvida, a transformação do custo fixo em custo variável e a conseqüente maior disponibilidade de capital.
Além disso, existem outros aspectos relevantes: o preparo para a transformação da empresa, sua capacidade de adaptação às novas condições de mercado, a melhoria do nível de serviço e o quanto o foco será mantido no ?core business? da companhia.
Na hora de escolher o parceiro, vários pontos devem ser levados em consideração. A análise de casos de sucesso, as condições de negociações e contratação flexíveis são alguns bem importantes, mas não é tudo.
É necessário considerar a capacidade de integração do parceiro com a infra-estrutura do cliente; verificar se este parceiro provê uma infra-estrutura que se adapta facilmente às mudanças nas legislações atuais e às novas exigências e também checar se o outsourcing irá efetivamente reduzir o tempo gasto pelo pessoal de TI. Ainda, é importante a garantia de redução do risco de problemas com auditoria e entidades externas como parceiros de negócios e clientes.
Ou seja, o parceiro deve estar integralmente alinhado com os objetivos da organização e prover maior produtividade para toda a companhia.
*João Alfredo Pimentel é diretor-geral da integradora NetMicro especializada em outsourcing