O setor de semicondutores já superou o pior da crise financeira mundial, mas levará anos para voltar ao mesmo nível de vendas do período anterior a retração econômica. A avaliação é de Marco Schröter, diretor financeiro da fabricante alemã de chips Infineon Technologies. "Nas últimas quatro a seis semanas, a situação mudou", disse Schröter, que também é membro do conselho de administração da Infineon.
Em entrevista a agências de notícias, ele disse ver uma melhora significativa para as empresas de todo o setor. Segundo Schröter, a demanda, especialmente de clientes industriais e do setor automotivo, tem aumentado. Além disso, "vemos boas perspectivas para os próximos dois trimestres e parece melhor do que há seis semanas", disse. No entanto, ele não descarta que a taxa de crescimento trimestral retraia no segundo trimestre do seu ano fiscal de 2009, embora não acredite que vá haver uma queda tão acentuada como a que ocorreu em seu primeiro trimestre fiscal, encerrado em 31 de dezembro de 2008.
O executivo calcula que pode levar até três anos para que a Infineon atinja o nível de vendas anterior a crise. Como sinal da melhoria das condições, Schröter cita que a Infineon, que havia reduzido a carga horária de trabalho como medida para amenizar os efeitos da queda na demanda, já retomou o nível de produção de 40% para 60% nos últimos meses.
A Infineon fabrica chips usados nos setores de comunicações, automotivo e industrial, além de em passaportes e cartões SIM para telefone celular e cartões de crédito.
Recentemente a empresa obteve um aporte de capital no valor de 725 milhões de euros (o equivalente a US$ 1,06 bilhão), que vai permitir refinanciar sua dívida e construir uma sólida posição de caixa.
Infineon também está se desfazendo de alguns ativos. Em julho ela informou que irá vender suas operações de telefonia fixa para o fundo americano de private equity Golden Gate Capital LLC, por 250 milhões de euros, e o fechamento do negócio está previsto para ocorrer nas próximas semanas.
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