A aceleração das mudanças impulsionadas pela 4ª Revolução Industrial faz de 2024 e 2025 anos decisivos para as empresas que desejam se destacar na corrida pela inovação e rentabilidade de seus negócios. Com a Inteligência Artificial (IA) generativa, IA aplicada e a industrialização do Machine Learning, é essencial que executivos e organizações adotem essas ciências de forma estratégica, para alcançar resultados efetivos, aumentar a produtividade e sustentar o crescimento.
A IA Generativa (GenAI), que está rapidamente se consolidando, vai além da automação tradicional. Ela pode criar conteúdo, personalizar serviços ao cliente e até desenvolver novos produtos, principalmente se atrelada a IA aplicada e equipes multidisciplinares, com um impacto econômico potencial entre $2,6 trilhões e $4,4 trilhões, segundo a McKinsey.
A IA aplicada, com um potencial econômico estimado entre $17 e $26 trilhões, segue indispensável para empresas de todos os setores e portes econômicos, desde saúde até finanças e manufatura. Ao automatizar processos de forma inteligente e melhorar a tomada de decisões, a IA proporciona uma vantagem competitiva significativa.
A industrialização do Machine Learning é outro componente essencial para empresas que pretendem escalar suas soluções de IA. Ao integrar equipes multidisciplinares e combinar IA aplicada com GenAI em uma infraestrutura adequada, as empresas conseguem uma vantagem competitiva sólida.
De acordo com estudos recentes do Gartner, a adoção dessas práticas avançadas têm impulsionado empresas com aumentos significativos de produtividade e eficiência operacional, chegando a até 14%. Isso prova, além de uma maior capacidade de processar dados complexos e tomar decisões rápidas, a habilidade de fácil adaptação às demandas dos consumidores e do mercado. No entanto, se o foco estiver apenas na velocidade e na média gestão, há um risco elevado de criar complexidade operacional e retornar ao ponto de partida a qualquer momento.
Esse é um tema de extrema relevância estratégica. Executivos precisam priorizar a transformação de suas organizações em "organizações de IA", e não apenas em empresas com iniciativas pontuais. Embora a distinção possa parecer sutil, é, na verdade, bastante significativa. Uma organização verdadeiramente inteligente incorpora a IA em todos os aspectos — desde a capacitação de talentos e infraestrutura até a estratégia e operações táticas. Nesses casos, a IA acelera a evolução contínua e entrega resultados consistentes. Em contrapartida, em empresas que implementam IA por meio de projetos isolados, os custos tendem a ser mais elevados, a complexidade operacional cresce e os resultados frequentemente não são alcançados.
Apesar da desaceleração dos investimentos em tecnologia em 2023, áreas como a IA continuam atraindo capital significativo. A adoção da IA ainda enfrenta desafios, como altos custos e escassez de talentos especializados. Muitos líderes tratam a IA como uma ferramenta, não como uma ciência, e como uma iniciativa, não como parte da estratégia central. Para superar esses desafios, os executivos devem alinhar a implementação da IA aos objetivos estratégicos da empresa e medir seus impactos de forma criteriosa.
Portanto, 2024 e 2025 apresentam oportunidades significativas para empresas dispostas a sair da zona de conforto e explorar o verdadeiro potencial da IA: impulsionar a geração contínua e sustentável de receita e produtividade. O segredo não está em ser o primeiro a adotar, mas em adotar de forma correta — iniciando com uma abordagem estratégica e passos pequenos, mas com a visão de que, um dia, a organização se tornará uma potência em IA.
Ricardo Villaça, CAIO – Diretor de Inteligência Artificial da DLR – Inteligência Artificial.