Com o atual cenário do mercado de trabalho, muitos profissionais brasileiros precisaram buscar desenvolvimento pessoal e aperfeiçoamento de suas habilidades em cursos no formato digital. É isso que aponta uma pesquisa da GetCourse, edtech internacional, em conjunto com a plataforma Toluna. De acordo com os dados, os brasileiros estão procurando cada vez mais o e-learning como forma de ensino e aprendizagem – tendência que foi intensificada na pandemia com o fechamento de escolas, faculdades e universidades na modalidade presencial.
Entre os tipos de aulas online mais buscadas estão especializações e qualificações profissionais que têm ênfase no aprimoramento de capacidades ou até mesmo na mudança de carreiras. Segundo o estudo, realizado em outubro de 2021, 48% dos entrevistados fizeram cursos online para aprimorar as competências do mundo do trabalho ou mesmo para começar em um novo ramo, enquanto 43% tiveram aulas focadas em profissão e carreiras.
Mudança de carreira e novas oportunidades
De acordo com os dados, entre as razões por trás do ingresso em cursos online estão o desejo de trocar de área de atuação, representado por 15% dos entrevistados. Ao mesmo tempo, 43% pontuaram que, entre as principais influências para essas aulas profissionalizantes, estão os incentivos de chefes e dos próprios empregos.
Para Alexey Krasnoselskiy, chefe de expansão internacional da GetCourse, isso é reflexo direto das dificuldades enfrentadas pela população em 2020. "A mudança do ensino presencial para o digital no ano passado contribuiu bastante com novas movimentações no cenário da educação. É importante lembrar que o público em geral tem procurado mais aulas sobre finanças, idiomas, produção de vídeos e podcasts. Entretanto, o destaque é a busca por cursos sobre marketing digital, tecnologia da informação e carreiras, o que demonstra o interesse dos brasileiros em se aperfeiçoar para conseguir um novo emprego ou mesmo uma promoção em sua área de trabalho", afirma Alexey.
A pesquisa revelou também que, nos últimos dois anos, 73% dos entrevistados fizeram aulas online, sendo que 30% passaram a aprender desta maneira em função de medidas sanitárias e de saúde impostas pelas restrições contra o coronavírus. Por outro lado, 29% já estudavam de forma virtual antes do período pandêmico.
Marketing digital e TI apresentam alta na procura em cursos online
Com a chegada da pandemia no Brasil e no mundo, o mercado de trabalho precisou se adaptar a novas demandas. As mudanças aqueceram algumas áreas de trabalho, como o setor do marketing digital e o ramo da tecnologia da informação. Contudo, o crescimento desses setores não está restrito à crise sanitária: antes disso, eles já demonstravam que iriam fazer parte das "profissões do futuro".
De acordo com a pesquisa, 37% dos brasileiros fizeram aulas online para aprender mais sobre marketing digital. Já 17% focaram em cursos sobre cibersegurança, ciência de dados e engenharia de software, seguidos de 16% que estudaram conteúdos a respeito da produção de vídeos e áudios e 14% que tiveram cursos sobre gerenciamento de mídias sociais.
Essas profissões viraram tendência e as companhias passaram a buscar e contratar ainda mais profissionais de marketing digital e tecnologia da informação. Um dos motivos, de acordo com Alexey Krasnoselskiy, é o relacionamento entre os consumidores e as marcas, que enfrentaram o desafio de lidar com o público em um novo ambiente. "O marketing digital, por exemplo, foi uma das soluções encontradas para gerar conexão. Apesar de intuitivo, ele precisa ser estudado e utilizado como estratégia de crescimento dos negócios. Por isso, é essencial investir em desenvolvimento pessoal e aperfeiçoamento profissional", conclui.
A pesquisa da GetCourse foi realizada em parceria com a Toluna em outubro de 2021, com 1000 indivíduos das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, onde pessoas da classe C2 têm renda média domiciliar de R$ 4.500 por mês. O estudo foi feito com pessoas acima de 18 anos de todas as regiões brasileiras com 3 pontos percentuais de margem de erro e 95% de margem de confiança.