A empresa especializada na criação de novas tecnologias CodeBit cresceu 35% este ano, superando a expectativa inicial de 24% e a média nacional. De acordo com a consultoria IDC, o mercado de tecnologia do Brasil deve encerrar 2024 com crescimento de 12%. O bom desempenho da empresa acontece mediante o lançamento de um novo produto para Inteligência Artificial Generativa e a internacionalização das operações, iniciada em 2023. A perspectiva é dar continuidade à expansão dos negócios com investimentos da ordem de R$ 1,2 milhão, e a criação de novos postos de trabalho.
Com sede no interior de São Paulo, o escritório da CodeBit conta com mais de 70 colaboradores. A ideia é aumentar o número para 100 até o próximo ano. "Nosso crescimento é fortemente dependente de crescimento e estruturação de times e pessoas", destaca o CEO, Heitor Cunha. "É extremamente arriscado prever crescimentos agressivos, pois envolve governança, retenção de talentos, controle organizacional, gestão de culturas, entre outros aspectos", pontua.
Por isso, ele explica que a empresa aposta em capacitação contínua para a equipe. Do total de R$1,2 milhão investidos, R$ 730 mil foram destinados à área de capacitação dos colaboradores, o equivalente a 5 mil horas de treinamento.
Na avaliação de Cunha, a expansão sem planejamento pode ocasionar efeitos indesejados. "Um crescimento muito agressivo poderia gerar queda de qualidade das entregas, e isso é algo que não abrimos mão. Crescer sempre, porém com solidez e consciência é mais importante para gente do que crescer em números absolutos."
Olhar atento às demandas do mercado
O resultado acima do esperado pela própria empresa e da estimativa para o mercado nacional reflete o atendimento às demandas crescentes por soluções inovadoras. O estudo The state of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value, realizado pela McKinsey revela que 72% das empresas demonstraram interesse no uso de Inteligência Artificial (IA) este ano, uma alta quando comparado aos 55% registrados em 2023.
Este ano, a CodeBit desenvolveu o CodeRAG, uma solução que busca facilitar a implementação da IA generativa. A partir dele, é possível gerar conhecimento e análise crítica a partir de uma base específica que pode ser composta por textos, imagens, áudios ou vídeos. Através do conhecimento aprendido, a solução permite fazer análises, responder dúvidas e revisar documentos. "Esse produto, apesar de novo, vem demonstrando grande potencial e apoiando a diversificação da nossa carteira", destaca Cunha.
Outras soluções também têm atendido à demanda crescente por inovação. "Tivemos um crescimento expressivo do CodeCell, um produto responsável pela montagem de células híbridas de desenvolvimento e gestão de infraestrutura em nuvem, com times atuando em conjunto, tanto dos clientes, quanto nossos. Isso reduz o risco de governança, pois o cliente não se torna dependente de pessoas, possibilita um acompanhamento sazonal dos projetos e gera muita flexibilidade em custos e contabilidade", informa.
Segundo Cunha, o CloudOps Review – responsável pela revisão de arquiteturas em nuvem nos pilares de segurança, performance, disponibilidade e controle de custos – fecharia os principais produtos responsáveis pelo crescimento da CodeBit.
A perspectiva é que novos produtos sejam desenvolvidos paralelamente à consolidação dos já existentes. "A tecnologia nunca para. Lançar produtos é importante, assim como amadurecê-los e torná-los cada vez mais aderentes às necessidades. O mais importante é não parar nunca, sempre testar novidades, estratégias e mudar rapidamente o curso quando necessário. Continuaremos seguindo essa estratégia."
Novos mercados
A internacionalização das operações da CodeBit teve início em 2023, com a expansão para os Estados Unidos, mercado que tem se mostrado bastante rentável, como mostram diferentes levantamentos.
Dados da LSEG Datastream revelam que a rentabilidade do setor de tecnologia no país duplicou em 2023 na comparação com o ano anterior. Já em 2024, ele tem sido o principal responsável pelo desempenho positivo dos índices acionários, como mostram os resultados do S&P 500 da bolsa de valores.
Conquistar esse mercado significa abrir muitas portas. "O marketplace da AWS nos dá a possibilidade de atendermos globalmente. Os clientes podem nos contratar como contratam a nuvem, o que elimina diversas barreiras burocráticas", explica Cunha.
Os planos a partir de agora incluem consolidar a internacionalização. "Dentro das estratégias de expansão das áreas de comercial e marketing está a possibilidade de montarmos um escritório comercial para estreitar relações com potenciais clientes."
A possibilidade de inserção em novos mercados também é assunto para o futuro. "Não temos um foco específico em outros países, ainda que essa possibilidade não esteja descartada."