Quando penso em inovação, me vem à cabeça muito mais do que uma palavra da moda; vejo um catalisador essencial para a competitividade e o sucesso. Em um mundo onde a única constante é a mudança, a inovação se torna não apenas uma escolha, mas uma necessidade premente. Mas, afinal, o que é inovação? No contexto corporativo, ela é a alavanca que impulsiona uma empresa para a frente, capacitando-a a se manter relevante, aumentando sua eficiência e, o mais importante, atendendo às necessidades em constante evolução de todos que a cercam.
A inovação não é apenas um departamento ou uma iniciativa isolada; ela deve fazer parte da cultura de uma organização. Para isso, é essencial criar um ambiente que estimule a criatividade e a experimentação, investir em pesquisa e desenvolvimento, promover uma cultura de aprendizado contínuo e facilitar a conexão com ecossistemas externos, como universidades e startups.
Ao pensar nas tendências de inovação que moldam o cenário atual, é impossível ignorar a importância da inteligência artificial, da digitalização, da Internet das Coisas e da sustentabilidade. No setor de GLP, em particular, a sustentabilidade emerge como um pilar fundamental, ancorado em fontes renováveis de energia e na descarbonização. Estar na vanguarda dessas tendências não é apenas uma escolha estratégica, mas uma necessidade para garantir posição de liderança no mercado.
Se alguém me perguntar quais são os principais desafios enfrentados pelas empresas na busca pela inovação, incluiria a falta de patrocínio da alta liderança, foco apenas na visão de curto prazo, a falta de recursos, a resistência à mudança, processos burocráticos ou lentos que tirem a capacidade da empresa em responder às mudanças de mercado identificadas, a dificuldade em equilibrar a inovação com as operações diárias e a falta de uma cultura de inovação eficaz e inclusiva, ou seja, que consiga incluir na discussão colaboradores de todos os níveis hierárquicos e backgrounds.
Inovação nunca é uma jornada de voo solo. Ter um processo e todos os mecanismos de gestão que irão ajudar não apenas a gerenciar, mas a implementar ideias inovadoras. Equilibrar o funil de inovação com iniciativas que possam entregar valor a curto prazo com aquelas transformadoras, geralmente mais complexas, arriscadas e de longo prazo, ajudam a garantir o sucesso da inovação. Promover uma postura abertas a erros, assim como incentivar um mindset de colaboração também são fatores de sucesso.
Identificar e aproveitar oportunidades de inovação no mercado
Para as empresas, identificar e aproveitar oportunidades de inovação em seus mercados requer um processo meticuloso e bem estruturado. É essencial estar atento às mudanças e tendências, e para isso, um sistema de monitoramento contínuo se faz necessário.
Dominar a arte da construção de cenários pode ser uma ferramenta poderosa para sensibilizar a alta gestão em relação às oportunidades e ameaças identificadas. A colaboração também desempenha um papel fundamental nesse processo. Quanto mais colaborativo e difundido for o programa de inovação dentro da empresa, maiores serão as chances de não deixar passar nenhuma oportunidade.
Uma dica é trabalhar com frameworks de Future Design e Strategic Foresight, que podem ser extremamente úteis nesse sentido, pois essas abordagens nos permitem antecipar possíveis cenários futuros, preparando-nos para agir proativamente diante das mudanças e oportunidades que se apresentam.
Ao adotar uma abordagem proativa e estratégica, as empresas podem posicionar-se de forma competitiva e garantir seu sucesso a longo prazo.
O futuro da inovação: vislumbrando novos horizontes
É um privilégio viver em um momento da história no qual a tecnologia e a inovação contribuem com avanços em uma velocidade nunca vista. Olho para todas as possibilidades e cenários possíveis com muito entusiasmo. Estou entre aqueles que acreditam que os avanços que temos alcançado por meio da inovação e tecnologia serão incorporados às nossas rotinas e nos ajudarão a ter cada vez mais tempo para nos dedicarmos ao que realmente faz sentido.
É claro que temos que olhar para todo esse progresso não apenas com o olhar de curioso, mas buscar entender os riscos e responsabilidades associados ao uso de cada uma destas tecnologias. Tão importante quanto avançar com a temática de inteligência artificial, por exemplo, é pensar em soluções que minimizem os impactos negativos proveniente dos vieses das pessoas que estão treinando esses modelos.
E o futuro? Minhas apostas de áreas com maior potencial de crescimento são IA e a ciência de dados como um todo; tecnologias de sensoriamento e conectividade; computação espacial, robôs polifuncionais, energias renováveis, em especial a solar e biocombustíveis e, por fim, a biotecnologia.
O futuro é repleto de possibilidades empolgantes. À medida que nos aventuramos por esses novos horizontes, devemos permanecer vigilantes, conscientes dos desafios e responsabilidades que acompanham esses avanços. Mas também devemos abraçar a promessa de um futuro, onde a tecnologia e a inovação nos capacitem a alcançar novos patamares de excelência e impacto positivo.
Sou otimista por natureza, e acredito que a inovação precisa estar no DNA de uma empresa para que ela alcance o sucesso. No entanto, inovar não é simples, porque, se fosse, todos fariam. Não adianta imaginar que uma única iniciativa será a solução certeira; é essencial diversificar as apostas, sabendo que algumas ideias funcionarão e outras, inevitavelmente, falharão. E tudo bem, porque a verdadeira inovação exige falhas – se você nunca erra, provavelmente está apenas replicando algo já existente. O segredo está em como reagimos aos contratempos: aprender com eles, explorar caminhos ainda não percorridos e contar com parceiros de confiança. Afinal, inovar é um processo contínuo e essencial para impulsionar o crescimento e a competitividade de qualquer empresa.
Flávio Baltensberger, CIO da Supergasbras.