Com o adiamento para este ano da votação da lei americana de combate à pirataria on-line Sopa (sigla em inglês para Stop Online Piracy Act) na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o debate em torno da internet livre e democrática deve reacender nos próximos meses e pode levar até mesmo a uma paralisação da rede mundial. Sites como o Google, Wikipedia, PayPal, Yahoo e as redes sociais Twitter e Facebook planejam um apagão de seus conteúdos e serviços em protesto à nova lei.
Nos mesmos moldes da lei espanhola Sinde, aprovada em dezembro de 2011, o texto da Sopa dá permissão aos provedores de internet tirarem do ar sites que veicularem conteúdo protegido sem autorização. Conteúdos "suspeitos" podem ser retirados do ar antes mesmo de um julgamento, caso a lei seja aprovada. Ela também abre a possibilidade de punir com pesadas multas e até mesmo a prisão os responsáveis por hospedar na internet tais conteúdos.
No fim do ano passado, mais de 40 empresas contrárias ao Sopa se uniram em uma associação, batizada NetCoalition. Em entrevista à rede de TV FoxNews, o diretor executivo da NetCoalition, Markham Erickson, confirmou a intenção de interromper os serviços para chamar atenção contra a lei e ressaltou algumas ações isoladas já realizadas por algumas companhias.
Uma delas, por exemplo, foi feita pelo site de compartilhamento de artigos Scribd. Em dezembro, palavras de documentos acessados desapareciam e eram substituídas por um banner com a explicação sobre lei e as mudanças que ela propõe na internet. Segundo a NetCoalition, a Fundação Mozilla também já chegou a interromper parcialmente seu navegador Firefox, o terceiro mais utilizado em todo mundo.
O Sopa tem o apoio de gravadoras, produtoras e empresas relacionadas à indústria fonográfica, como a Disney, Universal e Warner.