Benchmarking na Gestão de Terceiros fortalece a governança e a antecipação de regulamentações

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A gestão de riscos de terceiros (GRT) tornou-se um dos pilares da governança corporativa, especialmente em um cenário onde as regulamentações se tornam cada vez mais rigorosas e o compliance empresarial exige um monitoramento contínuo. Mas como as empresas podem garantir que suas práticas estão alinhadas com os padrões mais avançados do mercado? O benchmarking desponta como uma ferramenta essencial para fortalecer a gestão de riscos, evitar falhas estratégicas e antecipar desafios regulatórios antes que impactem a operação.

Embora muitas organizações já compreendam a importância da GRT, a aplicação do benchmarking ainda é subestimada. O conceito vai muito além de simplesmente comparar números; trata-se de uma abordagem estruturada que permite identificar lacunas, mapear tendências e adotar medidas proativas para aprimorar processos internos. Empresas que dominam essa prática saem na frente, reduzindo prejuízos financeiros e ganhando vantagem competitiva.

Apesar dos benefícios evidentes, a adoção do benchmarking na GRT enfrenta desafios significativos. Entre os principais obstáculos estão a dificuldade de acesso a dados confiáveis, resistência interna à mudança e a adaptação das melhores práticas ao contexto específico da empresa. Muitas organizações não sabem onde buscar benchmarks relevantes para seu setor. Consultorias especializadas, relatórios de mercado e eventos do setor são algumas das melhores fontes para garantir comparações eficazes. Além disso, processos estabelecidos podem gerar resistência por parte das equipes, que veem mudanças como uma ameaça. Criar uma cultura organizacional focada na melhoria contínua é fundamental para superar essa barreira. Empresas que integram a análise comparativa do mercado em sua estratégia também precisam adaptar as referências externas à sua realidade, garantindo que investimentos em novas práticas sejam eficientes e tragam retornos concretos.

O setor financeiro é um dos que mais evoluíram na gestão de riscos de terceiros. Bancos e seguradoras, por lidarem com altos volumes de dados e exigências regulatórias rígidas, utilizam automação e inteligência artificial para garantir precisão e agilidade nos processos. Empresas de tecnologia também se destacam, adotando ecossistemas robustos de fornecedores qualificados para aumentar a transparência e reduzir falhas operacionais. Para as demais empresas, a lição que fica é clara: quem investe na análise comparativa do mercado tem maior capacidade de adaptação e mitigação de riscos.

Para saber se um programa de GRT está alinhado às melhores práticas do mercado, algumas métricas são indispensáveis, como o índice de conformidade dos fornecedores, tempo médio de homologação, número de não conformidades identificadas e resolvidas e a taxa de retenção de fornecedores qualificados. Além disso, auditorias periódicas e avaliações comparativas com empresas do mesmo setor são fundamentais para medir o desempenho e garantir um alinhamento estratégico eficaz.

O uso de inteligência artificial, análise preditiva e plataformas automatizadas de gestão de terceiros está revolucionando a forma como as empresas monitoram seus fornecedores. Com essas inovações, tornou-se possível antecipar riscos, detectar padrões de não conformidade e tomar decisões estratégicas embasadas em dados concretos. Com a regulamentação se tornando cada vez mais rígida, a digitalização da GRT não é mais uma opção, mas uma necessidade. Empresas que não incorporam tecnologia ao processo correm o risco de perder eficiência e enfrentar penalidades regulatórias.

Benchmarking não é apenas um exercício pontual para corrigir falhas — é um processo contínuo de inovação e aperfeiçoamento. Ao utilizar essa ferramenta de forma estratégica, as empresas não apenas reduzem riscos, mas também aumentam a eficiência operacional e consolidam sua reputação no mercado. Eventos e fóruns do setor, como a terceira edição do maior encontro direcionado ao mercado de Gestão de Terceiros da América Latina, o GRT Experience, que acontece em maio deste ano, são oportunidades valiosas para que profissionais da área troquem experiências e conheçam as práticas mais bem-sucedidas do mercado. Estar atualizado e conectado às tendências é essencial para garantir que a gestão de terceiros se mantenha eficiente, segura e preparada para os desafios do futuro.

Bruno Santos, sócio da área de Gestão de Terceiros da Bernhoeft.

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