Durante a OFC Conference, nos Estados Unidos, Foad Shaikhzadeh, Chairman e CEO da Lightera, falou sobre a unificação das operações globais da Furukawa Electric sob uma nova marca: Lightera. A mudança busca refletir o momento de consolidação e internacionalização da companhia, mantendo a estrutura do grupo e ampliando sua presença em setores estratégicos como data centers e telecomunicações.
A reestruturação organizacional posiciona a Lightera como uma holding global com sede no Japão, mas com comando operacional nos Estados Unidos. A marca irá abrigar todas as fábricas do grupo – presentes em países como Japão, Brasil, Argentina, Marrocos e Dinamarca – e contará com um time de 4.500 colaboradores.
Planos para o Brasil
Apesar da centralização global, o Brasil segue com papel fundamental dentro da nova estrutura. O país abriga centros de excelência em soluções de conectividade, como sistemas FTTH e cabeamento estruturado.
A fábrica de Curitiba, por exemplo, já produz cabos de alta capacidade com até 1.728 fibras, utilizados em data centers. A expectativa é que, com a alta de tarifas em outros países e a capacidade instalada brasileira, parte dessa produção seja exportada para os Estados Unidos. "Nós acreditamos no Brasil. Agora, o Brasil precisa acreditar na indústria nacional", destacou Shaikhzadeh, ao defender uma política industrial mais clara e efetiva.
O executivo também comentou os impactos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos à importação de produtos do Japão. Segundo ele, esse cenário pode abrir espaço para o reposicionamento estratégico da produção, favorecendo países como o Brasil. "O que falta é uma política industrial. A gente fala disso há quanto tempo?", questionou, ao comentar a ausência de uma diretriz consistente para fortalecer a competitividade da indústria nacional.