Em tempos de hiperconectividade, a confiança tornou-se um dos ativos mais valiosos nas relações de consumo. Quando falamos em funil de vendas no ambiente digital, segurança não pode ser tratada como um detalhe técnico, mas como uma alavanca estratégica. Proteger dados e transações é essencial para manter o cliente no fluxo de compra até o fim, e cada vez mais, empresas que se antecipam nesse movimento têm colhido os frutos.
O Banco Central do Brasil, por exemplo, vem sinalizando esse alinhamento. Entre 2026 e 2027, a autarquia pretende lançar um sistema de score de risco de fraudes utilizando inteligência artificial, voltado a identificar transações suspeitas com Pix em tempo real. A tecnologia será centralizada e aplicada com base nos dados do SPI e do DICT, um marco regulatório em evolução que prioriza, acima de tudo, a segurança como ferramenta de confiança e prevenção de perdas.
Enquanto o setor público caminha para isso, a Portão 3 (P3), por exemplo, já está um passo à frente, pois temos investido na integração entre tecnologia antifraude e UX, tratando a proteção de dados como parte da experiência de compra e não como um obstáculo. Ao agir preventivamente, reduz gargalos do funil, como abandono de carrinho ou desistência no checkout por receio de fraudes, algo que, segundo estudo da revista InfoRetail, acontece com 40% dos consumidores que enfrentam problemas no pagamento online.
Esse número não é irrelevante. Em paralelo, uma pesquisa publicada pela PuroMarketing aponta que 10% dos consumidores evitam completamente realizar compras online ou acessar serviços bancários digitais por medo de crimes cibernéticos. Ou seja, uma parcela significativa deixa de chegar ao final do funil, não por falta de interesse, mas por falta de sensação de segurança. Em um ambiente de alta concorrência, essa é uma perda que nenhuma marca pode se dar ao luxo de ignorar.
Outro dado importante vem do comportamento de consumo em relação às formas de pagamento, por isso, oferecer múltiplas opções de pagamento pode aumentar as conversões e diminuir o abandono de carrinho. Se o consumidor se sente seguro e encontra facilidade no checkout, a tendência é concluir a compra com mais frequência. Empresas que tratam segurança como prioridade estratégica colhem benefícios também em performance de vendas.
Portanto, mais do que seguir exigências regulatórias, pensar segurança como parte da jornada do cliente é uma mudança de mentalidade. A proteção de dados e transações deve estar integrada à estratégia comercial, ao marketing e à tecnologia — não como barreira, mas como ponte. No fim das contas, marcas que inspiram confiança vendem mais. E confiança, hoje, começa com segurança.
Eduarda Camargo, Chief Growth Officer da Portão 3 (P3)