Os pontos de inclusão digital (PIDs) no país tiveram um crescimento expressivo nos dois últimos anos, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). Atualmente, são 16.722 PIDs contra cerca de 12 mil pontos em 2005, um salto de quase 40%, segundo pesquisa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Os PDIs são locais de acesso público gratuito à internet, como telecentros e salas de informática.
Os dados levantados são da primeira fase do projeto que deu origem ao Mapa de Inclusão Digital. O mapa identificou cerca de 108 iniciativas de inclusão digital em cerca de três mil municípios onde foram encontrados os 16.722 PIDs.
As iniciativas são dos governos federal, estaduais e municipaisl e terceiro setor. A maioria dos programas encontrados, 43, é de iniciativa do terceiro setor, porém, é o governo federal quem financia cerca de 60% dos PIDs.
Os dados que mapearam as ações de inclusão social no país agora serão verificados na segunda fase da pesquisa e auxiliarão na formulação de ações para melhor o acesso das pessoas à tecnologia, disse o diretor do Ibict, Emir Suaiden.
?Faremos agora a verificação das instituições localizadas para ver o que existe, o número de computadores, o que funciona, o acesso à internet e assim ter metodologias de indicadores de impacto, e se os telecentros estão provocando melhoria da qualidade da educação e do acesso a informação?, informou.
A pesquisa mostra que Roraima é o estado com menor número de PIDs, apenas 48, enquanto São Paulo lidera a lista, com mais de 2,5 mil pontos. Pernambuco é o segundo estado em número de PIDs. O bom resultado ocorre devido ao Programa Computador na Escola, que desde 2001 leva às unidades estaduais de ensino laboratórios de informática e investe em capacitação.
Quando os dados focalizam as regiões, a Sudeste sai na frente, com 38% dos PIDs, acompanhada de perto pelo Nordeste, com 35%. No fim da lista estão as regiões Norte (8%) e Centro-Oeste (7%).
A coordenadora geral de Pesquisa e Desenvolvimento de Novos Produtos do Ibict, Cecília Leite, afirmou que, para promover a inclusão digital no no país, é preciso mais que distribuição de equipamentos. ?O mais importante é ir além da distribuição dos equipamentos – hoje já se tem consciência de que é preciso ter conteúdo, capacitação, acompanhamento e avaliação de resultados?, disse.
Para o secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Augusto Gadelha, é preciso que seja realizado um esforço de integração para que os projetos tenham capilaridade e atuação forte na comunidade.
Gadelha também afirmou que o mapa é uma excelente iniciativa e que o projeto serve como um guia para ações futuras. "Acredito que o mapa nos dá uma panorama do que está ocorrendo em todo o País, sendo um guia para sincronizarmos ações e planejar iniciativas futuras."
Com informações da Agência Brasil.