O presidente da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade – Investe São Paulo, Luciano Almeida, afirmou nesta terça, 3, que a decisão de iniciar a montagem de produtos Apple no Brasil é uma tentativa da Foxconn de tirar a operação brasileira do vermelho. "A unidade no Brasil ainda é operacionalmente negativa e a expectativa da Foxconn é produzir até 6 milhões de unidades de equipamentos Apple dentro de 3 a 4 anos, quando a unidade estiver funcionando com capacidade total", revela Almeida.
De acordo com o executivo, representantes da Apple estiveram em fevereiro com o governador Geraldo Alckmin e confirmaram nesta primeira etapa a produção no Estado de São Paulo de iPhones e iPads e, posteriormente, também a montagem de notebooks com a Foxconn.
Almeida descartou a possibilidade da montagem dos produtos Apple ir para o Rio de Janeiro e afirmou que cinco ou seis cidades paulistas disputam a preferência da Foxconn para ser a sede da nova planta que abrigará a linha de montagem da Apple. "O anúncio da cidade escolhida deve ser feito entre maio e junho, para que esteja tudo pronto para iniciar a produção entre setembro e novembro", conta. O executivo não quis revelar o nome da cidade escolhida, mas deixou escapar que o barracão que abrigará a nova planta da Foxconn já foi alugado.
Empregos
A nova planta da Foxconn no Brasil gerará de 4 mil a 5 mil novos postos de trabalho no período de três a quatro anos e a empresa e o governo do Estado já preparam cursos de formação e capacitação da mão de obra para a linha de montagem. "O governo fará promoverá a parceria da FoxConn com universidades e o Centro Paula Souza para cursos de formação e capacitação e colocará à disposição o programa 'Emprega São Paulo'", diz. Os locais de treinamento serão anunciados uma vez que a escolha da cidade for tornada pública.
Semicondutores
O presidente do Investe São Paulo revelou ainda que a Foxconn estuda ainda duas outras possibilidades de investimentos no Brasil: a instalação de uma fábrica de telas de cristal líquido e a unificação das plantas brasileiras em uma única instalação.
"Mas a fabricação de telas seria um projeto para daqui a 5 ou 6 anos, quando a produção de produtos da Apple estiver consolidada e houver escala de produtos que justifique a instalação da planta. Ainda não temos uma planta de semicondutores no Brasil porque não há escala", ressalta Luciano Almeida. Tanto a unidade para fabricação de telas quanto a unificação das plantas no País, segundo Almeida, ainda não têm aprovação do board internacional da Foxconn. Ainda de acordo com o executivo, a Foxconn poderá investir entre US$ 3 milhões e US$ 7 milhões na planta para fabricação de telas. "O montante do investimento vai depender da sofisticação e do perfil da planta a ser instalada", pontua.
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