Um acionista do Yahoo moveu uma ação judicial contra o plano de benefícios preparado pelo CEO Jerry Yang para manter os trabalhadores caso a companhia venha a ser adquirida pela Microsoft, mesmo sendo visto com reservas por alguns executivos e pela consultoria contratada para ajudar a elaborar o plano.
As acusações contra o Yahoo e o seu conselho de administração tornaram-se públicas por meio do acesso a um termo arquivado em um tribunal especial de Delaware, o qual diz que o board havia violado o seu dever com os acionistas quando rejeitou a oferta inicial da Microsoft de pagar US$ 31 por ação da companhia e as negociações posteriores.
O processo alega que os planos oferecem benefícios fora do padrão de mercado e que isso funcionaria como "um enorme incentivo para a saída em massa dos trabalhadores da empresa", o que cria um obstáculo a qualquer potencial fusão, já que, em razão do seu custo elevado, o comprador não teria outra saída a não ser manter os funcionários. Executivos da Microsoft têm criticado o plano por ser muito oneroso.
O Yahoo disse que o processo não tem mérito e que o plano de retenção é justificado. O plano, que o Yahoo tornou público em 19 de fevereiro, oferece benefícios que incluem o pagamento em dinheiro, a garantia para aquisição acelerada de opções de ações e outros prêmios como participações a qualquer trabalhador que for despedido ou sair porque seu cargo passou por uma reestruturação depois de uma fusão.
Em fevereiro, em uma troca de e-mail, Michael Benkowitz, um dos principais executivos da Compensia, consultoria contratada pelo Yahoo para ajudar a elaborar o plano, havia dito que a última proposta da companhia seria ?oferecer 100% de participação e acelerar esse processo para todos os funcionários?. No que o presidente da Compensia, Timothy Sparks, teria escrito de volta que isso ?é uma besteira?, segundo informa o jornal americano The New York Times.
Especialistas ouvidos pelo jornal disseram que a compensação de executivos com benefícios, devido ao rompimento de contrato em razão de fusões, são comuns, mas que raramente são ampliados para toda a folha de pagamento.
O Yahoo, no entanto, defendeu o plano. "O conselho aprovou o plano para preservar o nosso capital mais precioso, que são nossos funcionários, em um momento sem precedentes na nossa história", disse o porta-voz do Yahoo, Brad Williams. "Acreditamos termos feito a coisa certa para nossos funcionários e os nossos acionistas", completou.
A acusação alega que o plano do Yahoo cria um incentivo para os funcionários deixarem a empresa, ao mesmo tempo que reforça os benefícios, e que isso poderá custar mais de US$ 2,1 bilhões à companhia. Segundo o texto, executivos do Yahoo disseram que a Microsoft havia reservado US$ 1,5 bilhão para manter os empregados após a fusão.