Maior dificuldade para inclusão digital é o custo de manutenção

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As possibilidades reais de inclusão digital e a repercussão dessas iniciativas nas áreas social, educacional e cultural foram alguns dos aspectos debatidos em encontro promovido pelo Conselho Superior de Tecnologia da Informação da Fecomercio.

Participaram da discussão o vereador da cidade de São Paulo, José Police Neto (Netinho- PSDB), o diretor?presidente da Prodesp, companhia de TI e telecom do governo de São Paulo, Leão Roberto Machado de Carvalho, e também Celso Junqueira, prefeito de Sud Mennucci, além do presidente do Conselho, o advogado especialista em direito eletrônico, Renato Opice Blum.

Situada no noroeste paulista, a mais de 600 quilômetros da capital e com apenas 7,5 mil habitantes, Sud Mennucci é o melhor exemplo de política pública de inclusão digital, pois oferece aos moradores acesso gratuito à internet de banda larga utilizando a tecnologia wirelless. Celso Junqueira, atual prefeito do município apresentou como foi o desenvolvimento e a aplicação desse programa, que teve início em 2002, quando era vice-prefeito. Ele destacou como a universalização do acesso possibilitou mudanças comportamentais e sociais profundas, contribuindo para a melhoria da educação e também de novas perspectivas profissionais para toda a população.

Além disso, ressaltou que há um fundo do governo federal para investimentos nessa área, mas que a maioria dos municípios não o utiliza. ?Quero mostrar a todo o mundo que é possível disponibilizar internet gratuita a toda a população e que o custo não é o problema. Em nossa cidade, cada ponto de acesso custa menos de R$ 5 para a Prefeitura?, declarou Junqueira.

Na análise do diretor-presidente da Prodesp, que é responsável pelo Acessa São Paulo, programa de inclusão digital do governo do estado de São Paulo, a maior dificuldade desse programa de inclusão digital não é o dinheiro para sua instalação e sim o custo da manutenção. Por isso, a idéia é desenvolver mecanismos que as tornem auto-sustentáveis. Carvalho comentou ainda a importância desses pontos para a inclusão social e citou o exemplo da unidade situada na Praça da Sé, na região central da capital paulista, que na primeira hora de funcionamento é utilizada por moradores de rua que utilizam a internet para buscar informações, acessar e-mail e enviar currículos.

Já o vereador Netinho, que é autor do projeto que criou a política municipal de inclusão digital, abordou aspectos da legislação e a criação dos telecentros, que em sua maioria são instalados em espaços de órgãos não-governamentais que já desenvolvem trabalhos com a comunidade local e que são escolhidas mediante a licitação pública.

Segundo ele, esse envolvimento dos moradores faz com que o telecentro seja protegido de qualquer depredação e ainda o transforma num ponto de encontro do bairro ou comunidade. Os telecentros, além do acesso gratuito à internet também disponibiliza cursos profissionalizantes e treinamentos.

Para o presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio, o advogado Renato Opice Blum, é fundamental que ao disponibilizar o acesso gratuito também se assegure a autenticação dos usuários para que sejam identificados possíveis atos ilícitos, bem como para fornecer a toda a rede uma melhor segurança da informação.

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