SAP admite ?downloads inapropriados? de material da Oracle

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Ao contrário da declaração dada em abril passado pelo CEO da SAP, Henning Kagermann, de que não via nada de errado com a empresa, em resposta às acusações de roubo de propriedade intelectual apresentadas pela Oracle, a multinacional alemã admitiu nesta terça-feira (3/7) que sua subsidiária TomorrowNow, que presta suporte de software a clientes PeopleSoft e JD Edwards ? ambas adquiridas pela Oracle ?, realizou "downloads indevidos" de documentos pertencentes à empresa, segundo notícia divulgada pelo jornal americano The Washington Post.

Na resposta, a SAP diz que a TomorrowNow foi autorizada a baixar materiais do site da Oracle em nome de clientes, mas reconheceu que havia alguns downloads inapropriados de documentos de correções e suporte, mas afirmou que nunca teve acesso ao material obtido. Kagermann disse que a subsidiária não deveria ter realizado os downloads, mas que firewalls haviam protegido o material de qualquer uso pela SAP. "Em minha perspectiva, um único download indevido já seria inaceitável e lamentamos demais que isso tenha ocorrido", disse ele, agora com uma postura mais conciliatória, diferente das declarações feitas na época de que a empresa se defenderia agressivamente das acusações.

A SAP informou que ela e a TomorrowNow foram ?convidadas? a fornecer alguns documentos ao Departamento da Justiça americano, e que ambas pretendem cooperar plenamente com a investigação. A primeira iniciativa nesse sentido foi a nomeação de um novo executivo para gerenciar a subsidiária e supervisionar os programas de adequação a práticas corporativas.

A Oracle abriu o processo contra a SAP em março passado. No processo, a empresa informou que "um armazém de propriedade intelectual roubada da Oracle" permitiu à SAP oferecer serviços de suporte a seus clientes e ajudou a empresa alemã a convertê-los para seus próprios produtos. A Oracle informou ter notado atividade incomum em seus sistemas perto do fim do ano passado e que isso não correspondia ao tipo de acesso autorizado disponível a clientes.

A ação afirma, ainda, que a funcionários da SAP usaram credenciais de acesso de clientes da Oracle que tinham validades expiradas ou perto do vencimento e com elas copiaram milhares de materiais. Os downloads dos conteúdos foram significativos, afirmou a Oracle, acrescentando que os downloads tiveram origem não a partir de qualquer localização de cliente da empresa, mas de um endereço da internet no Texas registrado em nome da subsidiária da SAP TomorrowNow, fundada por ex-executivos da PeopleSoft.

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