O World Wealth Report 2018 (WWR), Relatório sobre a Riqueza Mundial, divulgado pela Capgemini revela que a melhoria da economia global fez com que a riqueza dos HNWIs ou high-net-worth individual (população de indivíduos com patrimônio pessoal elevado[1]) ultrapassasse, pela primeira vez na história, o limiar dos US$ 70 trilhões. Em seu sexto ano consecutivo de ganhos acumulados, a riqueza dos HNWIs cresceu 10,6%, tornando 2017 o segundo ano de crescimento mais rápido para os HNWIs desde 2011.
A nova edição do estudo também destaca a entrada antecipada das BigTechs na gestão de patrimônio, bem como o crescente interesse dos HNWIs por criptomoedas, o que atingiu uma alta capitalização de mercado em janeiro de 2018.
Embora ainda não se apresentem como uma parte relevante dos portfólios dos HNWI, já se observa um interesse crescente por criptomoedas como uma ferramenta de investimento e de reserva de valor. Os investimentos em criptomoeda ganharam atenção global em 2017 e atingiram o pico de capitalização de mercado no início de janeiro de 2018.
No entanto, o Relatório sobre a Riqueza Mundial identificou que os indivíduos com patrimônio pessoal elevado estão cautelosamente interessados em mantê-las em sua carteira, com 29% do total global revelando um alto grau de interesse e 26,9% dizendo estar pouco interessado. O potencial da criptomoeda para retorno de investimento e como reserva de valor está impulsionando o interesse dos HNWIs.
Algo como 71,1% da faixa de público de investidores mais jovens (com 40 anos ou menos) atribui alta importância ao recebimento de informações sobre criptomoeda de suas principais empresas de gestão de patrimônio, em comparação com os 13% somados por investidores na faixa dos 60 anos ou mais. Entretanto, as instituições de gestão de patrimônio têm sido ambivalentes quando se trata de prover aos clientes HNWIs detalhes relacionados à criptomoeda. Apenas 34,6% dos HNWIs, na somatória global, se mostram satisfeitos com as informações sobre criptomoedas recebidas de seus gerentes de riqueza.
Quanto as BigTechs, embora ainda tenha presença incerta no mercado de gestão de patrimônio, administradoras líderes (quase 75% de todas as instituições entrevistadas) já estão investindo em tecnologias inovadoras como automação inteligente e inteligência artificial, com lançamento previsto para os próximos 24 meses. Uma forma de se preparar para o momento em que as gigantes da tecnologia passarão a desempenhar um papel mais relevante na indústria.
A abordagem mais provável para a entrada das BigTechs se baseia na construção de parcerias, por meio da reembalagem de produtos e serviços das companhias estabelecidas. Outra possibilidade é empregar modelos capazes de apoiar as empresas de gestão de patrimônio em processos de back-office e middle-office.
Mas, independentemente do modelo de entrada e do horizonte de tempo das BigTechs, o Relatório sobre a Riqueza Mundial destaca que as empresas de gestão de patrimônio devem transformar a maneira como investem no futuro e se afastar dos modelos tradicionais de budget, passando a adotar uma abordagem mais dinâmica, baseada em portfólio.