Muito se fala sobre a necessidade de chegar aos mais altos níveis de disponibilidade dos sistemas. Hoje não é, nem mesmo considerável que um internet banking fique fora do ar durante a madrugada para manutenção do sistema e é totalmente impensável que ele apresente uma falha ,por segundos que seja, durante o horário comercial.
Ao contrário do que muitos acreditam, entretanto, alta disponibilidade não significa obrigatoriamente buscar 0% de tempo de parada. Claro que certas atividades demandam tamanha exigência. Porém, o que determina realmente a disponibilidade a ser buscada pela empresa é o casamento de três fatores: a importância do serviço oferecido, a necessidade do negócio e o recurso financeiro que a mesma está disposta a gastar.
Essa relação determinará o tamanho e a intensidade das ações de alta disponibilidade. Por exemplo, é a conjunção desses fatores que determinará se a empresa adotará um simples no break para que seja possível o desligamento do sistema antes da queda de energia ou implementará sistemas sofisticados com geração própria de energia. Ou seja, quanto mais os usuários necessitam, utilizam e confiam no seu negócio que está suportado por soluções de TI, mais resistente a falhas e seguras essas soluções precisam ser.
Segundo dados do Gartner e também do IDC, as tecnologias apontadas como as que mais tendem a crescer dentro desse aspecto são: redundância, consolidação, virtualização, backups gerenciados e automatizados, aplicativos de segurança, aplicações em camadas em ambiente WEB e utilização de data centers.
Alta disponibilidade não corresponde somente a uma tecnologia específica e sim a um conjunto de fatores que influencia seu nivel. A tecnologia (hardware e software), os processos (gerenciamento) e as pessoas (serviços). Esse tripé deve estar adequado e preparado às necessidades de negócio. É preciso não esquecer das políticas e processos que promovem o gerenciamento da continuidade dos serviços e minimizam o tempo de parada e de recuperação das soluções de TI que suportam a operação.
O elo mais fraco do tripé são as pessoas. Quanto mais automatizado for o seu sistema, com hardwares redundantes e softwares mais robustos, maior será sua disponibilidade. Mas precisamos deixar claro que de alguma forma esse sistema será controlado por pessoas. Nesse caso, o fator humano deve seguir processos e procedimentos definidos para a alta disponibilidade, assim como estar totalmente preparado para o trabalho que irá realizar.
Ricardo Villas Boas é diretor de projetos especiais da da B2Br, empresa do Grupo TBA